“Para nós, mulheres Indígenas, nós também somos a terra, pois a terra se faz em nós. Pela força do canto nos conectamos por todos os cantos, se faz presente os encantos, que são nossas ancestrais. A terra é irmã, é filha, é tia, é mãe, é avó, é útero, é alimento é a cura do mundo.”
Há um ano, mais de 2.500 mulheres indígenas de 113 povos de todo o Brasil se reuniram para fazer uma mobilização histórica, pedindo por mais respeito aos seus territórios, aos seus corpos e espíritos. Com o tema “Território: nosso corpo, nosso espírito” essas guerreiras deixam clara a relação indissociável de sua existência com a Grande Mãe Terra.
Realizada no dia 13 de agosto de 2019, a 1ª Marcha das Mulheres Indígenas ocorreu justamente no momento em que as violações contra os direitos indígenas se intensificaram.
Incentivados pela política genocida do atual Governo Federal, garimpeiros, madeireiros e grileiros, têm exercido suas atividades ilegais a pleno vapor durante a pandemia, levando destruição e morte para Amazônia. Sem qualquer fiscalização o desmatamento vem avançando cada vez mais rápido, chegando a números recordes durante os meses de junho e julho.
Confira o vídeo manifesto da 1ª Marcha das Mulheres Indígenas.
“Precisamos dialogar e fortalecer a potência das mulheres indígenas, retomando nossos valores e memórias matriarcais para podermos avançar nos nossos pleitos sociais relacionados aos nossos territórios”, diz o documento final da marcha (voce pode conferir o documento completo aqui).
Em 2020 as mulheres indígenas demarcarão as nossas telas.
Em 2020 as mulheres indígenas se mobilizam novamente, dessa vez usando como arma a tecnologia, que as ajudará a encurtar a distância provocada pelo isolamento social. Online elas marcham nesta incansável luta contra os ataques genocidas que atingem seus corpos e espíritos e territórios.
Devido ao descaso que vem sendo utilizado como “tática de enfrentamento” à pandemia da Covid-19, diversas aldeias espalhadas pelo país tem sofrido com a negligência dos Governos Federais, Estaduais e Municipais. Tornando os povos indígenas a parcela da população mais vulnerável aos efeitos cruéis do coronavírus.
Até o momento seus povos já sofreram perdas irreparáveis , muitas lideranças e anciãos já se foram, vítimas da Covid-19. No dia 05 de agosto o coronavírus levou uma das mais e importantes lideranças dos povos do Xingu: o cacique Aritana Yawalapiti, uma grande perda para todos nós.
Nos dias 7 e 8 de agosto, estas guerreiras irão demarcar nossas telas e realizarão a maior mobilização das mulheres indígenas nas redes. Elas não se calarão diante do avanço das políticas genocidas desse governo nefasto. As mulheres indígenas são a sabedoria e a cura da Terra, para reverter esse cenário precisamos ouvir o som de seus maracás e segui-las nessa marcha!
Ao longo de todo o evento você poderá acompanhar diversas rodas de conversa compostas por lideranças, comunicadoras e representantes do movimento das Mulheres Indígenas de todo o país.Fique por dentro da programação e a articulação do evento nas redes sociais da Associação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB @apiboficial!
Confira a Programação completa:
Dia 07/08
Manhã
8h30
Ritual de abertura: Mulheres indígenas: da dor ao desejo de curar e salvar vidas! – Concita Sompré
9h
Mesa de abertura: Território, nosso corpo, nosso espírito!
Mediação: Puyr Tembé
Linha do tempo do movimento das Mulheres Indígenas – Samantha Xavante
Primeira Marcha das Mulheres Indígenas, da construção coletiva ao pós-marcha – Sonia Boné Guajajara.
Boas Vindas das Mulheres Indígenas do Brasil: Cristiane Pankararu, Célia Xakriabá, Watatakalu Yawalapiti, Sonia Guarani, Nyg Kaingang, Kerexu Guarani M´Bya, Juliana Jenipapo Kanindé, Telma Taurepang, Puyr Tembé, Concita Sompré, Leonice, Rosi, Shirley Krenak.
10h
Mesa: Mulheres indígenas, transformando a dor e o choro em luta!
Mediação: Puyr Tembé
Convidadas:
– Jaqueline Guarani Kaiowá
– Josi Tupinikin
– Ita Jaciara Kariri Xocó
– Joziléia Kaingang
– O-e Kayapó
Programação do Intervalo
Vídeos da Primeira Marcha das Mulheres Indígenas – Território, nosso corpo, nosso espírito!
Vídeo das Mulheres Indígenas na COP25 em Madrid
Depoimentos das Mulheres Indígenas
Tarde
14h
Ritual de abertura: Mulheres indígenas: da dor ao desejo de curar e salvar vidas! – Cintia Guajajara
14h30 até as 16h30
Mesa: Mulheres indígenas levando a cura a mãe terra!
Mediação: Cristiane Pankararu
Convidadas:
– Sinéia Wapichana;
– Angela Kaxuyana;
– Conceição Amorin;
– Nurit Bessuan (ISA);
– Shirley Krenak;
Programação do Intervalo
16h30 às 17h:
Vídeos da Primeira Marcha das Mulheres Indígenas – Território, nosso corpo, nosso espírito!
Vídeo das Mulheres Indígenas na COP25 em Madrid
Depoimentos das Mulheres Indígenas
17h até 19h
Mesa: A cura do trauma por meio das mulheres indígenas: com racismo não tem cura!
Mediação: Graciela Guarani
Convidadas:
– Watakakalu Yawalapiti
– Darupü’üna Tikuna
– Nyg Kaingang
– Alessandra Munduruku
– Teresa Cristina Paresi
Programação do Intervalo
19h às 20h
Vídeos da Primeira Marcha das Mulheres Indígenas – Território, nosso corpo, nosso espírito!
Vídeo das Mulheres Indígenas na COP25 em Madrid
Depoimentos das Mulheres Indígenas
20h
Evento cultural no Instagram (@apiboficial)
– Mulheres Indígenas Jovens – Iná Krenak, Ywara Guajajara, Jerá Guarani.
Dia 08/08
Manhã
8h30
Ritual de abertura: Mulheres indígenas: da dor ao desejo de curar e salvar vidas! – Shirley Krenak
9h
Mesa: ‘MÃEDATO’ Conexão Mulheres Indígenas
Mediação: Ana Roberta
Experiências e desafios, estratégias para as candidaturas, Candidatas indígenas e fortalecimento das candidaturas
Convidadas:
– Sônia Bone Guajajara
– TelmaTaurepang
– Kerexu Yxapari Guarani M´Bya,
– Joênia Wapichana
– Chirley Pankará,
– Dorinha Pankará,
– Val Eloy Terena
– Maria Diva Maxacali;
Assessorias políticas indígenas
Convidadas:
– Simone Eloy Terena,
– Lúcia Alberta Baré
– Célia Xakriabá.
Programação do Intervalo
12h às 14h:
Vídeos da Primeira Marcha das Mulheres Indígenas – Território, nosso corpo, nosso espírito!
Vídeo das Mulheres Indígenas na COP25 em Madrid
Depoimentos das Mulheres Indígenas
Tarde
14h
Ritual de abertura: Mulheres indígenas: da dor ao desejo de curar e salvar vidas!
(Glicéria Tupinambá)
14h30 às 16h30
Mesa: Tecendo Redes
Mediação: Tsitsina Xavante
Convidadas:
– ONU Mulheres;
– Associação das Mulheres Brasileiras;
– Mulheres da Via Campesina;
– Conaq, mulheres quilombolas.
17h
Tema: SEMENTE-AR: chamamento das MI para a humanidade
(leitura da carta final)
Dia 09/08
17h
Maracá Emergência Indígena