Onça pintada, a rainha da floresta

Pajé-onça, de Denilson Baniwa

A relação entre a onça e os povos indígenas é tecida com fios de respeito, temor e reverência. Nas florestas densas e nas savanas abertas, a onça não é apenas um predador majestoso; ela é um símbolo profundamente enraizado nas culturas e espiritualidades indígenas.

Para muitos povos indígenas, a onça é vista como uma guardiã da floresta, uma entidade que possui força, agilidade e sabedoria. Sua presença é um lembrete constante da força da natureza e da necessidade de viver em harmonia com ela. As histórias e lendas passadas de geração em geração frequentemente retratam a onça como um ser de poder e mistério, capaz de se mover entre os mundos dos vivos e dos espíritos.

Bonecos Tururi miniatura feito pelo povos Ticuna. Disponível na Tucum Brasil

Em muitas culturas indígenas, a onça é também um totem, um espírito protetor que guia e oferece força aos que o invocam. As pinturas corporais, os cânticos e os rituais frequentemente homenageiam esse poderoso animal, pedindo sua bênção e proteção. A figura da onça aparece nos sonhos e visões dos xamãs, transmitindo mensagens importantes e orientando as decisões da comunidade.

mini-esculturas feitas por artesãos dos povos Guarani, Kamayurá e Waurá. Curadoria de onças disponíveis na Tucum Brasil

No entanto, a relação não é sem desafios. A expansão das atividades humanas e a destruição dos habitats naturais ameaçam tanto as onças quanto as comunidades indígenas. A luta pela preservação da floresta é uma luta compartilhada, onde o destino da onça e dos povos indígenas está intrinsecamente ligado. Proteger a onça significa proteger a floresta e, por extensão, as culturas e modos de vida dos indígenas.