Observatório Tucum

Criancas Kayapó brincam na beira do rio Xingu. Aldeia Rikaro, T.I. Kayapó, PA. Foto: Simone Giovine | @simone.giovine

Toda semana, nosso radar sobre o movimento indígena

Na semana em que se comemora o Dia mundial do meio ambiente, fazemos questão de lembrar que a preocupação com o meio ambiente não pode ser apenas com a preservação da fauna e da flora, mas sim de toda a sociobiodiversidade que sofre sérias ameaças. Aprendemos com os povos indígenas que a natureza está em tudo, em cada ser vivo, em cada corpo que também é território, que também é sabedoria ancestral, que também é modo de viver. Por isso, é urgente que cada vez mais a sociedade civil se engaje também nas lutas dos povos originários. São eles os guardiões não só das florestas e rios, mas da possibilidade de vida para toda a humanidade.

Foto: Rafael Stonne / via @greenpeacebrasil


Adiamento e insegurança jurídica
Pela terceira vez em menos de um ano, a votação do Marco Temporal é adiada no STF. Por isso, embora o acampamento Luta Pela Vida também esteja adiado, a luta não pára nenhum dia sequer. As mobilizações seguem nos territórios porque enquanto a justiça retarda a garantia dos direitos dos povos indígenas, comunidades inteiras continuam expostas à violência e ao apagamento.

Raonizando as cidades
O cacique Raoni Metuktire, será homenageado na semana do Dia Mundial do Meio Ambiente. Mais de 50 cidades brasileiras, incluindo 24 capitais, receberão lambes de seis metros quadrados com a imagem da liderança, feitos pelos artivistas Raul Zito e Matsi, neto de Raoni. A homenagem incluirá também projeções do cacique em oito localidades das cidades de São Paulo, Recife, Tefé (AM) e Belo Horizonte. “O cacique Raoni é uma das principais lideranças indígenas do Brasil e é por isso que a gente resolveu homenageá-lo agora nos 50 anos do Dia Internacional do Meio Ambiente para que sua imagem ocupe muitas ruas das cidades do Brasil. Serão mais de 50 cidades participando desse projeto que é ‘raonizar’ as cidades para que a gente valorize sua luta”, destaca a coordenadora do projeto Megafone. “Nós, que trabalhamos nessa área de produção de imaginário, dentro da arte e da cultura, queremos valorizar essa figura tão importante historicamente para a proteção dos territórios indígenas, das florestas e da vida do Brasil e da Terra”, destaca a coordenadora do projeto Jonaya de Castro. Fonte: Colabora

Painel em homenagem ao Cacique Raoni em Goiânia: líder indígena homenageado em 50 cidades no mês do Meio Ambiente (Foto: Muquifu Cultural)


Onde estão as terras indígenas no Brasil?
Correspondente a 13,8% do território brasileiro, as terras indígenas estão em sua maior parte na região norte do país. O NEXO mostra de forma gráfica as etapas de reconhecimento e onde estão localizadas as terras indígenas do Brasil. Fonte: NEXO.


Garimpo é morte
“As pessoas estão expostas desde sempre e para sempre. O mercúrio passa na corrente sanguínea da gestante e chega na criança, então se a gestante está comendo peixe contaminado, a criança está sendo contaminada. Depois, essa criança recebe mercúrio pelo leite materno. Aí ela cresce e continua comendo pescado contaminado”, explica o médico Paulo Cesar Basta, um dos autores do estudo da Fiocruz. Nas áreas impactadas pelo garimpo, a população sofre com uma “exposição permanente”. E o impacto da contaminação por mercúrio entre gestantes é uma das maiores preocupações dos profissionais da saúde e cientistas que pesquisam o tema.

Isso porque a exposição ao metal tóxico no período pré-natal pode causar danos severos ao sistema nervoso central dos fetos. O metilmercúrio consegue atravessar a barreira da placenta afetando a formação do feto já nas primeiras semanas de gestação. O aborto espontâneo é uma resposta comum do organismo das gestantes nesses casos. Quando a gestação segue, as crianças podem nascer com malformações ou apresentar perda de habilidade cognitiva e atraso no desenvolvimento psicomotor e mental, além de terem o sistema imunológico impactado. Fonte: Infoamazônia


Cinema indígena estreia em festival internacional
O longa UÝRA – A Retomada da Floresta acaba de ter sua estreia mundial anunciada na seleção oficial do 46th Frameline International Film Festival. Sediado em San Francisco, o primeiro festival de cinema LGBTQIA+ do mundo abre espaço para uma produção latinoamericana, brasileira e assinada por uma equipe majoritariamente composta por mulheres, negres, indígenes e pessoas queer. UÝRA – A Retomada da Floresta retrata, a partir da história da artista e educadora Uyra Sodoma a luta por justiça social e climática no Brasil, país líder em número de assassinatos de pessoas indígenas, trans e ativistas ambientais.

E a agenda da artista Uyra não para por aí….

Mais infos aqui: https://www.instagram.com/p/CeQ3wNNLtoh/


Língua viva, cultura viva
Para discutir a importância das línguas indígenas, o professor e cineasta Hugo Fulni-Ô que também é Mestre em linguística PPGLL-UFAL e idealizador do Coletivo Fulni-ô de Cinema conversa com a Doutora Fábia Fulni-Ô ao vivo pelo canal do Coletivo Fulni-Ô no próximo dia 12/06, às 16h.

Coletivo Fulni-Ô no youtube: https://www.youtube.com/channel/UCtakKh5fTTe3kQDBxmDET1g


Memória, relatos e retratos
O Museu da Imagem e do Som de Santa Catarina recebe em junho a exposição Yvyrupa Território: Retratos e Relatos dos Povos Indígenas em SC, com fotografias de Radilson Gomes. A exposição apresenta imagens dos povos indígenas em Santa Catarina (Guarani, Kaingang e Xokleng) por meio de depoimentos, relatos e retratos captados com uma câmera fotográfica artesanal lambe-lambe de 1915 que foi restaurada. Fonte: Centro de Trabalho Indigenista

Foto: Radilson Gomes / Divulgação