Observatório Tucum

Foto: Helena Cooper.

Toda semana aqui no blog, nosso radar do movimento indígena

Garimpo ilegal: de artesanal não tem nada
Diferente do que se tenta afirmar, a atividade garimpeira em curso em áreas preservadas e territórios indígenas não tem nada de artesanal. Pelo contrário, o garimpo gerador da devastação socioambiental depende de maquinários e estruturas caríssimos. A reportagem do Fantástico acompanhou a operação da PF batizada de Caribe Amazônico e mostrou como operam os garimpos no Tapajós, sudoeste do Pará.
Fonte: G1/Fantástico.

Fora Garimpo já!
O uso ilegal de metais pesados em áreas de garimpo coloca em risco mães e bebês, que agora se encontram em uma geração inteira afetada pelos resíduos impróprios. Uma pesquisa sobre o impacto do mercúrio na saúde de populações indígenas, desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em parceria com outras instituições. Publicado em 2020, o texto com os resultados preliminares aponta altos índices de contaminação em três aldeias do município de Itaituba, no oeste do Pará: uma em cada três crianças com menos de cinco anos apresenta níveis de mercúrio seis vezes maiores do que os considerados aceitáveis por agências de saúde reconhecidas internacionalmente. Os efeitos da contaminação em mulheres grávidas são ainda mais preocupantes. Isso porque o metal pode ultrapassar a barreira placentária e atingir o cérebro do feto, causando danos irreversíveis, como perda de audição, déficit cognitivo, retardo no desenvolvimento e malformação congênita. Fonte: Portal Lunetas via@quebrandootabu

https://www.instagram.com/portal_lunetas/



S.O.S Aldeias Huni Kui
Após as intensas chuvas o impacto da crise sanitária continua a afetar os Huni Kui que estão passando por enormes dificuldades na reconstrução de suas vidas. Muitos indígenas que vivem tanto no município quanto nas aldeias perto da cidade foram atingidos pela enchente e seguem em busca de auxílio. Segundo a Federação do Povo Huni Kui do Acre (Fephac) 120 famílias estão precisando se alimentar, beber água potável e de itens básicos. Para doar, basta entrar no site https://donate.welight.live/huni-kui ou por PIX: 08.785.500/0001-98 – Federação do Povo Huni Kuī do Acre.



Procura-se comunicadores indígenas
O programa de Microbolsas da Agência Pública convida repórteres indígenas de todo o Brasil a inscrever pautas investigativas para realizar reportagens sobre as ameaças e agressões às terras indígenas e as comunidades que nelas vivem. As 5 propostas vencedoras ganharão uma bolsa de R$ 7.500 para produzir a reportagem, com direito a mentoria e edição da Pública. As inscrições vão até o dia 10 de abril por meio do formulário disponível em nosso site. Quer saber mais? contato@apublica.org ou mande uma mensagem de WhatsApp para 11-94548-9244. Fonte: Agência Pública.

Arte: @aua___art / @aua___lab



Ocupando o TSE
A advogada indígena Samara Pataxó assume o cargo de assessora no núcleo de inclusão e diversidade da secretaria Geral da Presidência do TSE a convite do ministro Edson Fachin. via@ANIMGA

“Nossa missão e desafio é potencializar as frentes de atuação e trabalho que a justiça eleitoral já desempenha neste tema, a exemplo do fortalecimento e incentivo às candidaturas femininas e de pessoas pretas, bem como ampliar, incentivar e inserir novas propostas para que outros/as sujeitos/as diversos/as e plurais possam exercer seus direitos civis e políticos, tais como o direito de votarem e de serem votados/as.” Samara Pataxó.



Guerra pela floresta em pé
O jornalista, escritor e coordenador do Observatório do Clima, Claudio Angelo escreveu sobre as tensões envolvendo a disputa pelo poder em municípios abastecidos pela lógica do agronegócio no blog da Companhia das Letras. “À primeira vista, Novo Progresso é a própria realização da visão de Paulo Guedes de um mundo onde o setor privado opera sem travas, sem regulações e sem o dedo do Estado. Quem chegar primeiro leva, escolhe-se entre ter emprego e ter direitos e frequentemente “meritocracia” se mede pela quantidade de balas no revólver. O problema é que, como toda utopia anarcocapitalista, essa também tem muito de “anarco” e pouco de “capitalista”. A economia da fronteira amazônica só prospera porque é enormemente subsidiada. A terra é de graça; os nutrientes do capim que engorda o boi são de graça; e os efeitos climáticos do desmatamento, a mãe de todas as falhas de mercado, não são abatidos do preço da arroba de carne nem da saca de soja. A conta quem paga é você a cada enchente em Itabuna, cada deslizamento em Franco da Rocha e cada seca que esgota a energia das hidrelétricas do Centro-Sul. Para os homens (porque são quase sempre homens) de bem da Amazônia, the mamata never ends. E a teta nunca foi tão generosa quanto na era Bolsonaro. E é por isso que em 2023, não se engane, a floresta vai entrar em guerra.” Fonte: Blog da Companhia.

Ato pela terra
Em mobilização contra a crescente flexibilização da legislação ambiental no Brasil, artistas e organizações da sociedade civil que militam pela sociobiodiversidade se unem em Brasília no próximo dia 9/3. Fonte: Observatório do Clima.



Ailton para ouvir
O podcast Ambiente é o Meio da Universidade de São Paulo (USP) conversou com o líder indígena e ambientalista Ailton Krenak sobre seu livro Ideias para adiar o fim do mundo. O escritor ressaltou a importância dos vínculos profundos que os povos indígenas têm com sua memória ancestral e a natureza. São povos que “vivem de memória” e há “potência nessa memória”, afirma, insistindo que a natureza é algo sagrado para esses povos e da qual se sentem parte integrante. “Já que o planeta inteiro está abalado, que a gente seja capaz de produzir um sentimento íntimo, onde há abundância, mas não excesso”, completa. Via @Trabalho Indigenista

Para ouvir: https://jornal.usp.br/podcast/ambiente-e-o-meio-27-memoria-dos-povos-indigenas-pode-equilibrar-relacao-do-homem-com-meio-ambiente/