Observatório Tucum

Cacique Diauã, do povo Kalapalo, Xingu. Foto: Giulianne Martins.

Toda semana aqui no blog, nosso radar do movimento indígena

Povos isolados ameaçados

FUNAI protela ou não prorroga portarias que protegeriam terras de indígenas isolados e flexibiliza entrada de invasores. “Estamos diante de uma situação de risco real de que essas pessoas possam desaparecer. Isso não deixa de ser mais um ato de genocídio de um órgão indigenista novamente repetindo as histórias de colonialismo. É assassinato”, disse Angela Kaxuyana, Porta-voz da campanha #IsoladosOuDizimados promovida pela COIAB à Amazônia Real. Fonte: Projeto Colabora.

Área desmatada na TI Ituna Itatá (PA). Foto: Fábio Nascimento/Greenpeace/2019


Passando a boiada
A Casa Civil divulgou as propostas prioritárias do Governo que devem ser votadas na Câmara dos Deputados em 2022. Projetos das áreas de agricultura, economia, educação, infraestrutura, meio ambiente, mineração, saúde, segurança pública e social estão na fila para serem votados. A liberação de mineração em terras indígenas, assim como a que libera os agrotóxicos no país e a tese do Marco Temporal são consideradas prioritárias pelo Planalto. Fonte: UOL

Os perigos do PL do Veneno
A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei (PL) 6299/02, que flexibiliza o controle e a aprovação de agrotóxicos no Brasil e concentra as decisões junto ao Ministério da Agricultura. Alvo de críticas de entidades como Fiocruz, Abrasco, Anvisa, entre outras, a chamada PL do Veneno pode trazer danos irreversíveis à saúde da população e ao meio ambiente. Entre outros pontos, o projeto de lei quer mudar o nome dos agrotóxicos para “defensivos agrícolas” e “produtos fitossanitários”. Vai ainda liberar licenças temporárias, e também prevê que a análise dos produtos proíba apenas as substâncias que apresentem “risco inaceitável”. Fonte: G1

Ouro ilegal no mercado europeu
O ouro extraído ilegalmente nos garimpos da Terra Indígena Kayapó, no sul do Pará, alimentou a produção de um dos maiores líderes de metais preciosos da Europa. Para chegar ao nome da refinadora italiana, a Polícia Federal investigou uma complexa organização criminosa do garimpo ilegal, formada por dezenas personagens que atuam no sul do Pará e que mantêm conexões com empresas sediadas em São Paulo, Goiás e Rio de Janeiro – que, por sua vez, “lavam” (legalizam por meio de fraude) e exportam o metal. Fonte: Repórter Brasil


Jornalistas indígenas no combate às fake news
No alto rio Negro, jovens de várias etnias levam informação a aldeias para fazer frente a notícias falsas, grande parte propagada via WhatsApp. Fonte: Deutsche Welle.

 Rede Wayuri de Comunicadores Indígenas do Rio Negro está situada em São Gabriel da Cachoeira, no Noroeste Amazônico e reúne integrantes de povos como Baniwa, Baré, Desano, Tariano, Tukano, Tuyuka, Piratapuia, Wanano, Hup’dah e Yanomami.


Aldeando a política
Com intuito de apoiar e dar visibilidade às candidaturas indígenas, ampliando a representação nos poderes legislativos e executivos em todo o país, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) criou uma ação de fortalecimento da participação indígena no processo eleitoral. Você pode acompanhar a mobilização pelo perfil da campanha aqui


Reantropofagizando o Brasil
“Mekukradjá – círculo de saberes” é uma programação anual do Itaú Cultural que reúne indígenas para debater questões diversas ligadas a arte, política, cultura e tradição. Em sua sétima edição, o evento revisita os pensamentos acerca do Brasil e de sua produção artística a partir de um marco histórico da arte brasileira: a “Semana de arte moderna de 1922”. Assim, os círculos de conversas, mostra de filmes e apresentações musicais, entre outras atividades, buscam uma reflexão sobre reantropofagizar, isto é, ver de novo o que não foi visto. O evento é gratuito e acontece nos dias 16, 17 e 18 de fevereiro no YouTube e no site do IC.


Vozes indígenas para ouvir
O projeto “Their voices” reúne jovens ativistas em conversas para debater a questão climática no mundo. Neste episódio, nossa pequena grande guerreira Alice Pataxó fala sobre a importância do território e da manutenção das culturas dos povos originários do Brasil.

“A primeira coisa que mudaria no sistema são os líderes que não estão fazendo nada sobre as mudanças climáticas.” Alice Pataxó.


Na terceira temporada do podcast “Essa Geração”, produzido pelo Instituto Tide e pela Rádio Novelo, a comunicadora e ativista Sam Sateré-Mawé é a convidada do episódio “Essa Geração Envolvida com Política” e fala sobre tecnologia como ferramenta de luta, transmissão de saberes e ativismo indígena.


Apresentado por Daniel Munduruku, o podcast “Mekukradjá” é uma iniciativa do Itaú Cultural que evidencia as preocupações sociais, culturais, políticas e artísticas dos vários povos indígenas do Brasil. A sétima temporada traz Alessandra Korap, da etnia Munduruku, além de uma conversa com Dário Kopenawa Yanomami, no sexto episódio, e com outros representantes dos povos originários como a escritora Julie Dorrico.


Rap e representatividade

Dia 3 de setembro, o rapper Xamã volta ao Rock in Rio em noite reservada para o rap e se apresenta com o Brô MC’s, grupo formado por quatro jovens da Reserva Indígena Francisco Horta Barbosa, no Mato Grosso do Sul. Fonte: O Globo.

Foto: Divulgação.

— O que houve aqui no Brasil foi um assassinato dos povos indígenas, de Norte a Sul, queimaram toda a história deles. E em algum momento eu comecei a prestar atenção nisso e a tentar entender o que aconteceu — conta Xamã. — Não tive a oportunidade de fazer o meu próprio resgate, já que não conheço meu pai, e não dá para saber a qual povo meus antepassados pertencem. Mas sempre tento interagir com os povos indígenas, e o Rock in Rio foi a oportunidade de chamar os amigos do Brô MC’s. Eles adaptam a linguagem dos Racionais MC’s para os que vivem na aldeia.