Foto: Colheita Maldita, de Denilson Baniwa. 2021-2022 Cuiabá, MT, Brasil
Toda semana, nosso radar do movimento indígena
Horror na terra Yanomami
Uma menina yanomami morreu após ser estuprada por garimpeiros numa comunidade na região de Waikás, uma das mais atingidas pela invasão de mineradores ilegais na Terra Indígena Yanomami em Roraima. A informação foi divulgada pelo presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kwana (Condisi-YY), Júnior Hekurari Yanomami, que também é uma das lideranças deste povo. Fonte: G1
Organização Yanomami exige retirada de garimpeiros após denúncia de estupro e morte de menina indígena. A Hutukara Associação Yanomami (HAY) está apurando o caso de perto junto às comunidades para esclarecer os fatos e encaminhar às autoridades que investigam o caso. A organização relembra que a região de Waikás é a mais impactada pelo garimpo ilegal na Terra Yanomami, com 25% do aumento da devastação de 2020 a 2021. Episódios de violência sexual contra crianças, adolescentes e mulheres Yanomami praticadas por garimpeiros invasores já foram registrados em outras regiões e publicados recentemente no relatório Yanomami Sob Ataque. Fonte: ISA
A Colheita maldita de Denilson Baniwa
Em 2021, o avanço do agronegócio sobre as florestas teve o seu mais alto índice. Junto com o desmatamento, o envenenamento de nascentes e o uso de defensivos agrícolas extremamente nocivos, há o aumento expressivo de assassinatos de lideranças indígenas e do campo, antes somente visto no período da Ditadura Militar no Brasil. O avanço da plantação de transgênicos e o uso de agrotóxicos tem colocado em risco toda a biodiversidade dos biomas brasileiros. Nesse cenário digno de um filme de terror, os povos indígenas são os maiores defensores da vida e das florestas. É por isso que são eles os mais ameaçados, junto com os povos ribeirinhos e campesinos.
Entre as muitas histórias ancestrais que narram o fim do mundo e falam dos Seres legisladores ambientais, a da nação Terena, habitante milenar da região de Mato Grosso, nos alerta sobre um Ser Cósmico, Kipaé (a grande Ema) que, transformada em constelação, observa do Cosmos a passagem dos seres humanos pela Terra. E quando o planeta ficar insustentável, por conta de nossa má relação com ele, ela irá descer e devorar os olhos humanos, restaurando assim o equilíbrio ambiental. Antes, porém, Kipaé dará sinais de alerta, enviando pajés-espíritos que mediarão um possível fim dos tempos. Após um acidente de carro, numa estrada que corta uma plantação de milho transgênico, Kipaé avisa a um desses pajés através de sonhos premonitórios a situação de destruição e terror em desenvolvimento. via@denilsonbaniwa
Como você vê os povos indígenas?
Com base em mais de 350 entrevistas com diferentes grupos da sociedade, a pesquisa Narrativas ancestrais, presente do futuro mostra que a questão indígena ganhou alcance no debate público com a valorização do discurso ambiental e a emergência de lideranças, pensadores e artistas. Mas também mostra que as percepções sobre esses povos são muito distintas, e falta conhecimento sobre o tema para uma parcela da população – aqueles que não se engajam na causa ainda relatam incompreensão e mesmo rancor diante da luta por direitos indígenas. Fonte: NEXO.
Juma Xipaia leva denúncia em fala na Áustria
A cacica Juma Xipaia, participou como palestrante no evento Erdgespräche (Conversas Sobre a Terra), organizado por @neongreennetwork em Viena, na Áustria. Juma falou sobre a recente invasão por garimpeiros do seu território Xipaya, no Pará e das constastes ameaças, agressões, assassinatos e todos os tipos de violência que os povos indígenas brasileiros vêm sofrendo. A cacica alertou a comunidade europeia para defesa da biodiversidade e dos povos amazônicos. Contou que a Europa também pode pressionar por mudanças internas, como a maior regularização do mercado internacional de ouro, que hoje é absolutamente obsoleta, com muito pouco controle e transparência. via@instituto.juma
Carnaval é resistência
O enredo da G.R.E.S Unidos da Tijuca trouxe o mito do guaraná do povo Sateré-Mawé para a Sapucaí, colocando a pauta indígena na avenida. O enredo WARANÃ – A REEXISTÊNCIA VERMELHA foi inspirado na obra “Sehaypóri: o livro sagrado do povo Sateré-mawé”, do autor indígena Yaguarê Yamã. Fonte: Yahoo notícias.
Demarcando a universidade
Aprovado no concurso para professor do Departamento Antropologia na Universidade Federal da Bahia (Ufba), Felipe Tuxá será o primeiro docente autodeclarado indígena da instituição que tem 75 anos e onde 200 alunos se autodeclaram indígenas. Fonte: Correio.
O trabalho incrível da artista Yacunã Tuxá foi selecionado para a campanha Choose Earth em parceria com a @earthrise.studio . A campanha foi lançada no Dia da Terra (22/4) com o objetivo de fortalecer o movimento indígena do Brasil com a venda de cartazes e outros itens disponíveis aqui.
Tucum em SP
Vai estar por SP no próximo sábado, dia 30? A gente te convida para conhecer de perto as riquezas que são as cerâmicas dos povos Baniwa e Tukano, num evento muito especial. “Indígena, ancestral e feminina: a arte do Rio Negro que é patrimônio do Brasil” é uma iniciativa coletiva realizada pela Tucum, Instituto Socioambiental (ISA), Bemglô, Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (FOIRN), Casa Wariró e Organização Indígena da Bacia do Içana (Arte Baniwa). Além da venda das cerâmicas e das famosas pimentas baniwa, também acontece o pré-lançamento dos livros dedicados aos processos criativos das ceramistas indígenas e uma roda de conversa potente com a presença de André Baniwa, liderança do povo baniwa.