Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Indígenas e bombeiros combatem incêndio florestal há mais de uma semana no Pará
Um incêndio de grandes proporções atinge a Terra Indígena Anambé, em Moju, no Pará, desde o dia 28, ameaçando tanto o meio ambiente quanto a saúde dos habitantes, especialmente crianças e idosos, que estão sofrendo com a intensa fumaça. Equipes do Corpo de Bombeiros e indígenas locais estão combatendo o fogo em várias frentes. Os brigadistas indígenas tiveram de deixar suas atividades de subsistência para ajudar na contenção do incêndio, que já comprometeu 50% do território da TI Anambé.
O cacique Pinawã Anambé relatou a suspeita de que o incêndio teve origem em uma fazenda vizinha, onde o fogo em pastagens teria se alastrado até o território indígena. Além da destruição da fauna e flora, o incêndio afeta diretamente a qualidade de vida e o bem-estar da comunidade. As autoridades ainda investigam a causa exata do incêndio, e o Corpo de Bombeiros não respondeu à CNN sobre a origem das chamas até a última atualização. Fonte: CNN Brasil
Indígenas do sul da Bahia denunciam desmatamento e ameaças em área de aldeia
Os indígenas Pataxó da Aldeia Comexatibá, no extremo sul da Bahia, enfrentam invasões e degradação em seu território, localizado em Prado. O conflito se acirrou em outubro, quando mulheres indígenas iniciaram uma campanha de autodemarcação após se depararem com desmatamento para construção de condomínios. Em um dos episódios, indígenas apreenderam uma retroescavadeira que estava sendo usada para derrubar árvores como cajueiros e biribas, e notificaram o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que confirmou o desmatamento ilegal e registrou a infração.
O território Comexatibá ainda não possui demarcação formal, o que contribui para o histórico de conflitos. A situação é agravada por atos de violência, como a morte de jovens Pataxó em confrontos com invasores. Desde 2022, o território tem sido alvo de tentativas de ocupação para criação de pastos e condomínios, afetando aldeias vizinhas e ameaçando o sustento e segurança dos indígenas locais. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) afirma que só poderá reassentar ocupantes da área após a demarcação oficial, um processo essencial para garantir a segurança e preservação do território. Fonte: Jornal Correio
Em meio à violência crescente, CNPI solicita ações emergenciais para desarmar grupos que ameaçam povos indígenas
Diante do aumento das violações contra os direitos dos povos indígenas no Brasil, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, solicitou ao Ministério dos Povos Indígenas e ao Ministério da Justiça ações emergenciais para desarmar grupos violentos, como fazendeiros e “agromilicianos”, que ameaçam comunidades indígenas. Um dos casos mencionados foi o do povo Guarani Kaiowá, no Mato Grosso do Sul, onde recentemente ocorreram diversos ataques violentos na Terra Indígena Panambi-Lagoa Rica.
Guajajara alertou sobre a gravidade das violações aos direitos indígenas, influenciadas por setores de mineração, agronegócio, e grilagem, que atuam ilegalmente nos territórios. Ela propôs que o Governo Federal avance com a demarcação de terras indígenas e fortaleça os direitos territoriais indígenas em todos os âmbitos, criando uma política de segurança para as comunidades. Também recomendou ao STF que declare inconstitucional a Lei 14.701/2023 (Marco Temporal), tese que restringe o direito dos povos indígenas às terras que ocupavam antes da Constituição de 1988, a qual, segundo Guajajara, tem sido usada para justificar violência e operações paramilitares.
A resolução de Guajajara exige ainda que o Judiciário proteja lideranças indígenas e puna criminalmente agressores. Entre as ações solicitadas estão a demarcação contínua de terras que não possuem impedimentos legais e uma política estruturante de fiscalização e proteção aos territórios indígenas, visando salvaguardar direitos fundamentais. A medida entra em vigor imediatamente após sua publicação. Fonte: MidiaMax
Preservação das línguas indígenas ganha impulso com inteligência artificial
Os povos indígenas representam apenas 6% da população mundial, mas falam mais de quatro mil das cerca de sete mil línguas existentes no mundo. No entanto, o desaparecimento dessas línguas é iminente, com a Unesco prevendo que mais da metade poderá desaparecer até meados deste século. Para combater essa perda, a Unesco lançou a Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032), promovendo iniciativas que incentivem a preservação e o uso dessas línguas. No Brasil, um projeto pioneiro reúne pesquisadores da IBM Research Brasil e da Universidade de São Paulo (USP) para revitalizar as línguas indígenas por meio de inteligência artificial.
Desde 2023, a parceria desenvolve ferramentas de processamento de linguagem natural para apoiar a escrita e o uso cotidiano dessas línguas. A primeira fase foi implementada na aldeia Tenondé Porã, em São Paulo, com suporte para o idioma Guarani Mbya, incluindo ferramentas para escrita online e mídias sociais. Outro projeto foca na preservação do Nheengatu, permitindo traduções do português para essa língua histórica. A iniciativa visa ampliar o número de jovens que falam e escrevem as línguas indígenas, promovendo seu fortalecimento e incentivando seu uso diário. Fonte: Terra
Primeiro indígena do povo Yanomami se forma na UFRR e celebra: ‘Quero ensinar meu povo’
Genivaldo Krepuna Yanomami, de 39 anos, tornou-se o primeiro indígena Yanomami a se formar em Licenciatura Intercultural na Universidade Federal de Roraima (UFRR). Após superar grandes dificuldades, como a distância e a falta de suporte financeiro, ele planeja retornar à sua comunidade para compartilhar o conhecimento adquirido com seu povo. Sua colação de grau, ocorrida no final de outubro, simboliza não só uma conquista pessoal, mas também um marco para os Yanomami, incentivando outros jovens indígenas a se aproximarem do ensino superior.
Durante sua trajetória acadêmica, Krepuna enfrentou desafios como o corte da bolsa permanência e o impacto da pandemia de Covid-19. Ele viajava mensalmente da Terra Yanomami para Boa Vista, com o apoio de sua comunidade e associações locais, para concluir o curso. Em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), escrito em Yanomami, ele abordou essas dificuldades, e seu objetivo é publicar uma versão bilíngue para expandir o acesso ao conhecimento indígena tanto dentro quanto fora da comunidade.
Essa conquista reflete o avanço da educação indígena, com apoio do Instituto Insikiran e programas como o Magistério Indígena Yarapiari, desenvolvido para capacitar professores Yanomami. A formação de Krepuna e de outros professores indígenas representa um importante passo na preservação cultural e na luta pelos direitos do povo Yanomami, especialmente diante das ameaças que afetam a Terra Yanomami, como garimpo ilegal e crises sanitárias. Fonte: G1
Órgão para povos indígenas é criado durante COP-16 da biodiversidade
Na COP16 sobre Biodiversidade, realizada em Cali, Colômbia, foi decidido criar um órgão subsidiário que incluirá representantes indígenas em futuras negociações sobre conservação ambiental. Esse novo órgão garantirá que os sistemas de conhecimento tradicionais dos povos indígenas sejam considerados na gestão global e nacional da biodiversidade, fortalecendo sua representação e promovendo um diálogo inclusivo. A iniciativa busca apoiar práticas de gestão territorial indígena e tradicional, respeitando os direitos humanos conforme o Quadro Global de Biodiversidade (GBF).
A estrutura do órgão será formada por dois copresidentes, um indicado pela ONU e outro por representantes indígenas, garantindo a diversidade e equidade de gênero. Além disso, uma moção foi adotada para reconhecer a contribuição dos afrodescendentes na proteção ambiental. Essa decisão simboliza um marco ao integrar os conhecimentos tradicionais no combate às mudanças ambientais e sanar uma dívida histórica de 26 anos na Convenção sobre Diversidade Biológica, consolidando o compromisso de proteger 30% do planeta e dos ecossistemas degradados até 2030. Fonte: CNN Brasil
Indígenas lideram sustentabilidade com planos de gestão para conservação da floresta
A homologação de Terras Indígenas no Brasil assegura o direito dos povos originários sobre seus territórios, mas a proteção e gestão sustentável dessas áreas são desafios constantes. Para lidar com essas questões, as comunidades indígenas elaboram Planos de Gestão Territorial e Ambiental (PGTAs), que combinam saberes tradicionais e estratégias inovadoras. Esse instrumento faz parte da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental das Terras Indígenas (PNGATI) e define as diretrizes para que as comunidades gerenciem seus territórios, valorizando tanto a conservação ambiental quanto o fortalecimento cultural.
A criação dos PGTAs envolve parcerias estratégicas, como aquelas com o IEB e o IPÊ, que oferecem apoio técnico e financeiro para a autonomia dessas comunidades. No PGTA da Terra Indígena Tenharim Marmelos, por exemplo, participaram professores, caciques e Agentes Ambientais Indígenas, assegurando uma visão coletiva e integrada. Além de promover a proteção territorial, as parcerias ajudam a capacitar líderes para o uso de tecnologias de monitoramento e dados socioeconômicos, fortalecendo as comunidades para interagir com o Estado e outras instituições, garantindo que suas diretrizes sejam respeitadas e implementadas para benefício das futuras gerações. Fonte: Correio da Amazônia
Casa Tucum inaugura exposição “Revoada do Xingu” neste sábado
A @casatucum convida você para a abertura da exposição “Revoada do xingu,” neste sábado, dia 9, às 15h!
Curada por Mayra Carvalho (@ma.y.ra__ ), a exposição é inspirada na dança coletiva dos pássaros para se proteger, se alimentar e transitar entre os territórios. A exposição conta com artes dos povos Mehinako, Assurini, Kamayurá, Waurá e Kayapó, cada uma refletindo grafismos e símbolos que conectam o material ao espiritual. De bordunas e esculturas que ressoam a força da liderança, até uma rede Kamayurá suspensa que simboliza a teia de relações, cada obra transmite a cosmovisão e o vínculo dos povos com o território.
A abertura ainda contará com a degustação da cerveja HocusPocus!