A tirinha criada por Ademar Vieira sobre as queimadas é uma alerta à sociedade e autoridades sobre o grande problema ambiental brasileiro (Divulgação/ Ademar Vieira, por AGÊNCIA CENARIUM)
Urgência Climática
Os biomas Pantanal, Amazônia e Cerrado no Mato Grosso registraram um aumento significativo nos focos de calor nos últimos 24 dias, somando mais de 2,1 mil focos, um aumento de 40% em comparação com o mesmo período de maio deste ano. Mato Grosso, com 8.249 focos, é o estado brasileiro com o maior número de incêndios, seguido por Roraima, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Maranhão. Os especialistas do Instituto S.O.S Pantanal, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) e WWF Brasil apontam que as principais causas das queimadas variam entre desmatamento na Amazônia, seca e expansão agropecuária no Cerrado, e seca severa e queimas em propriedades particulares no Pantanal.
Os incêndios devastaram mais de 607,8 mil hectares em Mato Grosso este ano, com a Amazônia sendo a mais afetada (302.324 hectares), seguida pelo Cerrado (205.021 hectares) e Pantanal (100.462 hectares). Gustavo Figueirôa, do Instituto S.O.S Pantanal, explicou que enquanto o Cerrado e o Pantanal são biomas adaptados ao fogo, a Amazônia não é, e os incêndios na região estão diretamente relacionados ao desmatamento. No Cerrado, as queimadas aumentaram devido à combinação de mudanças climáticas e expansão agropecuária, enquanto no Pantanal, a crise climática agravou a situação, tornando os incêndios mais frequentes e difíceis de controlar.
A WWF Brasil informou que o número de focos de incêndio na Amazônia é o maior desde 2004, apesar da redução do desmatamento nos últimos dois anos. O Cerrado e o Pantanal também enfrentam desafios significativos, com o Pantanal registrando uma seca severa que dificulta ainda mais o combate aos incêndios. O Corpo de Bombeiros proibiu as queimadas no Pantanal até dezembro, e o governo de Mato Grosso do Sul declarou situação de emergência. Ações de prevenção, como as realizadas pelo ICMbio e outras organizações, são essenciais para mitigar os impactos das queimadas e proteger esses biomas críticos.
Fonte: G1
Vitória Indígena!
A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS) da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei da Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas (PNGATI).
O Projeto de Lei 4347/21 visa assegurar e promover a proteção, recuperação, conservação e uso sustentável dos recursos naturais das terras e territórios indígenas. Seu objetivo é garantir a integridade do patrimônio indígena, melhorar a qualidade de vida e proporcionar condições plenas para a reprodução física e cultural das atuais e futuras gerações dos povos indígenas, respeitando sua autonomia sociocultural.
Atualmente, a Política é regulamentada por decreto, e transformá-la em lei fortalecerá a proteção dos direitos e vidas indígenas. Agora, o Projeto de Lei será analisado pela Comissão da Amazônia e Povos Originários.
O departamento jurídico da Apib elaborou uma nota técnica sobre o projeto, destacando três eixos principais: Proteção Territorial e Recursos Naturais; Governança e Participação Indígena; e Capacitação, Formação, Intercâmbio e Educação Ambiental.
Fonte: @APIB
Fortalecimento Waiwai
Na trajetória do movimento indígena de Roraima, especialmente para o povo Wai-Wai, nunca houve eventos que combinassem o empoderamento das mulheres, conhecimentos tradicionais e a força política e social do povo. Os Wai-Wai são um povo da floresta que vive entre os estados de Roraima, Amazonas e Pará.
O Iº Encontro Geral das Mulheres Indígenas Wai-Wai de Roraima aconteceu nos dias 10 e 11, seguido pela Iª Oficina de Artes das Miçangas – Trocas de Saberes, nos dias 12 e 13. Cerca de 80 mulheres das Terras Indígenas Trombetas Mapuera e Wai-Wai se reuniram na comunidade Jatapuzinho para essas atividades
Um momento significativo dos eventos foi a participação de outras líderes femininas de seis etnorregiões de Roraima: Serra da Lua, Tabaio, Surumú, Murupú, Alto Cauamé e Raposa.
Entre as participantes estavam a coordenadora do Departamento de Mulheres do Conselho Indígena de Roraima, Kelliane Wapichana, e a assistente Kalynne Mota.
As coordenadoras regionais compartilharam o cotidiano das mulheres Wai-Wai e reforçaram a luta das lideranças locais. Durante os dois dias de assembleia, elas trocaram experiências e discutiram os trabalhos desenvolvidos em suas comunidades e regiões.
Resistência na Aldeia Marakanã
Indígenas criticaram decisão judicial que determina a reintegração de posse do terreno da Aldeia Maracanã ao estado do Rio de Janeiro. Lideranças prometeram uma grande mobilização de resistência.
A Aldeia Marakanã, localizada no terreno que anteriormente abrigava o Museu do Índio, enfrenta uma disputa entre poder legal e simbólico. Embora, em tese, o terreno pertença ao Estado e a comunidade indígena não tenha obtido legalmente o direito de permanecer ali, a resistência contra os pedidos de remoção é forte e carregada de significado.
O juiz José Arthur Diniz Borges, da 8ª Vara Federal do Rio de Janeiro, determinou a reintegração de posse do terreno do antigo Museu do Índio, ao lado do Maracanã, ao estado do Rio de Janeiro. A área, ocupada por famílias indígenas de diversas etnias e conhecida como Aldeia Maracanã, abriga uma universidade livre que preserva o conhecimento da história indígena local.
Segundo Arão da Providência, advogado dos indígenas, a ocupação no local ocorre desde 2006 com autorização da União, a antiga proprietária do imóvel.
O direito da Aldeia Marakanã a essa terra está intrinsecamente ligado ao fato de que o Rio de Janeiro é, e sempre foi, terra indígena. Antes da chegada dos colonizadores, essa região era habitada por diversas etnias indígenas que viviam em harmonia com a natureza e entre si. Portanto, a reivindicação da Aldeia Marakanã não é apenas uma demanda por espaço físico, mas uma reivindicação de justiça histórica.
Respeitar e proteger este território é reconhecer a contribuição inestimável dos povos indígenas para a formação da identidade cultural do Rio de Janeiro e do Brasil como um todo. A luta da Aldeia Marakanã é uma luta pela dignidade, pelo reconhecimento e pela preservação de um patrimônio cultural que é de todos nós.
Vencedor da mostra de cinema Indígena
O filme “A transformação de Canuto” foi o grande vencedor da Mostra de Cinema Indígena e Povos Tradicionais do Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA), apoiado pelo Museu Nacional dos Povos Indígenas/Funai. Dirigido por Ariel Kuaray Ortega e Ernesto de Carvalho, o filme narra a história de Canuto, um personagem significativo na pequena comunidade Mbyá-Guarani na fronteira entre Brasil e Argentina. Segundo a tradição local, Canuto se transformou em uma onça e enfrentou agressores vindos de longe.
O filme mescla realidade e ficção ao contar essa narrativa, refletindo as transformações tanto do personagem quanto da própria obra cinematográfica.
Este ano, o FICA celebrou seu 25º aniversário com a maior programação de cinema de sua história, recebendo 1078 inscrições de 77 países e 26 estados brasileiros para suas mostras competitivas. Paralelamente ao festival, a Tenda Multiétnica promoveu encontros interculturais entre povos indígenas do Cerrado, incluindo uma conferência de Fernanda Kaingang, diretora do Museu Nacional dos Povos Indígenas/Funai, sobre a proteção do patrimônio cultural indígena e comunidades tradicionais.
Fonte: @museudoindiorj