Observatório Tucum #36

Guerreiras Sonia Guajajara, Célia Xakriabá e Watatakalu Yawalpti. Foto: Laycer Tomaz

Toda semana aqui no blog, nosso radar do movimento indígena!

Reconhecimento da luta

As Mulheres Indígenas do Médio Xingu foram homenageadas pelo Tortura Nunca Mais, com a 32° Medalha Chico Mendes de Resistência, pelo histórico de luta contra a hidroelétrica de Belo Monte e da Mineradora Belo Sun. O reconhecimento da influência da voz das mulheres indígenas contra os megaprojetos fortalece a luta para continuar a missão de proteger a vida no bioma amazônico e de todos os habitantes desta terra. Fonte: Instituto Juma

Juma Xipaya. Foto: reprodução Instagram

Samara Pataxó é advogada, assessora jurídica da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e também uma dos 20 ativistas selecionados pelo Conectas para uma publicação especial dedicada aos Direitos Humanos. Para baixar a publicação completa, é só acessar aqui

O aval para a destruição

Em artigo, Márcio Santilli, sócio-fundador do Instituto Socioambiental revela as manobras por trás dos projetos ligados à mineração no Brasil.”O projeto do governo é instituir dois códigos em um: um para atender à mineração predatória – que poderá ocupar qualquer lugar, arregimentar mão de obra sem respeito a direitos trabalhistas, destruir florestas e cursos d’água, contaminando tudo e todos com mercúrio, sonegar impostos, comercializar ilegalmente minérios, promover a prostituição e a criminalidade, corromper agentes públicos; e outro código que se aplicaria às empresas que atuam na legalidade e precisam cumprir as leis trabalhistas, ambientais e comerciais vigentes, dependem de investimentos externos e do cumprimento de condicionantes socioambientais crescentes e que poderão perder os direitos de acesso quando as áreas por elas requeridas interessarem ao crime organizado.” Fonte: ISA

Amazônia sem lei

Operação Akuanduba, da PF, permitiu a madeireiras exportar 100 mil toneladas de madeira da Amazônia, o que inclui árvores ameaçadas de extinção. Fonte: Agência Pública.

O Ibama flagrou invasores roubando o patrimônio dos indígenas do Território Indígena do Xingu (TIX), após meses de denúncias da Rede Xingu+ e dos povos originários sobre as investidas constantes de madeireiros em seu território. Um dos madeireiros conseguiu fugir. Outro foi pego em flagrante. Interrogado pelo Ibama, revelou que a fazenda vizinha participa do crime, o que reforça a suspeita de que a madeira roubada é “esquentada” ali. Essa fazenda possui um plano de manejo autorizado pela Secretaria do Meio Ambiente do Mato Grosso (Sema). Fonte: Mídia Índia

Incentivo ao desmatamento

Com apoio de ruralistas e do governo Bolsonaro, a Câmara aprovou o relatório do deputado Darci de Matos (PSD-SC) do Projeto de Lei (PL)2.510/2019, que permite consolidar ocupações irregulares antigas e novos desmatamentos e ocupações nas Áreas de Preservação Permanente (APPs) às margens de rios em cidades, a critério do poder legislativo municipal. De autoria do deputado Rogério Peninha Mendonça (MDB-SC), a proposta segue agora à sanção presidencial. A aprovação do projeto é considerada por ambientalistas e pesquisadores um grande retrocesso porque vai estimular o desmatamento de forma indiscriminada nesses locais. A nova lei também amplia os riscos de enchentes, deslizamentos de terras, prejuízos econômicos e mortes deles decorrentes. Fonte: ISA

Foto: Moreno Saraiva Martins/ISA

Vozes da Floresta  

Reportagem de Hamangaí Pataxó é a última do programa Vozes da Floresta que oferece bolsas-reportagens e mentorias para jovens comunicadores indígenas. Na matéria, Hamangaí fala sobre a importância da participação indígena na COP-26, na Escócia. O programa tem apoio do British Council e parceria com o #Colabora e ((o))eco. Fonte: Vozes da Floresta

Valdinéia Sauré, do povo Munduruku: “O Brasil chegou na COP 26 com uma série de questões, principalmente quando se trata de ameaças aos direitos dos povos indígenas. Então, nada melhor do que a gente ter estado lá para dizer às pessoas por que as notícias que saem não são mentiras. Que o desmatamento aumenta e que as nossas florestas estão em chamas” Foto: reprodução matéria Vozes da Floresta

Turismo indígena

Promovido pelo Instituto Socioambiental (ISA) e pela Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro (Foirn), o I Encontro de Turismo Indígena de Base Comunitária do Rio Negro juntou cerca de 50 pessoas na ilha de Duraka, na TI Médio Rio Negro I, em São Gabriel da Cachoeira. “Precisamos descolonizar nosso jeito de pensar para valorizar nossa história e vermos que os nossos conhecedores são como mestres e professores, que sabem as histórias contidas em nosso território. Estamos refletindo que o turismo indígena de base comunitária pode ser como uma nova escola. Assim como a escola faz o seu plano político pedagógico (PPP), a comunidade também precisa conversar, dialogar e pensar junto para fazer o seu plano de visitação”, comenta Castilho Tukano. Fonte: FOIRN

Luta dos Uru-eu-wau-wau em Sundance

Um dos festivais de cinema mais importantes do mundo, o Sundance anuncia em seu site oficial, a seleção do longa-metragem “O Território”, realizado por Alex Pritz, em parceria com o povo Uru-eu-wau-wau, de Rondônia. O filme relata os desafios do povo que viu sua população diminuir e sua cultura ameaçada desde que entrou em contato com não-índios brasileiros. via@casaninjamazonia

Coproduzido pela comunidade Uru-eu-wau-wau, o filme coloca o público no centro deste conflito. Jovens líderes indígenas como Bitate e Ari, junto com sua mentora, a ativista ambiental Neidinha, arriscam suas próprias vidas para defender a floresta.

Mais cinema indígena

O AVA é o I Festival Internacional de Cinema Indígena da Amazônia e foi pensado para estimular o desenvolvimento da produção e formação indígena no cinema. Um espaço inédito de pesquisa, diálogo, conexão e desenvolvimento entre os povos indígenas e a população não-indígena amazônida.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até 17 de dezembro de 2021 no site: www.avaamazonia.com/inscricoes

Ocupar espaços, povoar territórios 

Em seu texto de estreia para o TePI, a artista e pesquisadora Naine Terena disserta sobre a disputa de território no virtual e a importância de ocupar de forma estratégica este espaço. Toda quarta-feira tem texto novo no Paisagem Crítica, essa seção que traz, além de Naine, Renata Tupinambá, Júlia Guimarães e Pedro Cesarino compartilhando suas impressões, reflexões e atravessamentos. Acesse o TePI aqui

“(…) vamos nos lambuzar da possibilidade de fomentar uma rede de produção indígena que ultrapasse limites geográficos. Primeiramente, façamos a primeira visita, a primeira busca, o primeiro compartilhamento de toda essa história que o TePI está construindo. Consumir arte indígena é, sobretudo, manter uma postura política de resistência. Deixe que os algoritmos encham suas telas de vida indígena. Deixe entrar plataformas, notícias, agentes, vidas indígenas no seu universo. Amarra a sua rede e sente o ritmo desse novo momento, que o TePI Plataforma Digital chegou!” – Naine Terena em texto de estreia no TePI