Observatório Tucum #31

Foto de Capa: Mídia Índia.

Toda semana aqui no blog, nosso radar sobre o movimento indígena

Daquilo que vem do mato

A nova coluna de Naine Terena no Itaú Cultural abre caminho nas narrativas sobre a arte, as percepções e os saberes que vêm do interior do Brasil. “De onde eu saí, tudo é mato. É mato até no nome. Tem um morro, que é “Toroari”, mas ninguém nunca nem viu nem percebeu o que é Toroari [se você vier a Cuiabá (MT), peça a alguém que lhe mostre o Morro de Santo Antônio]. Do mato de que eu saí, a gente abre “picada” para ver se chega ao outro lado onde está a estrada e olha todas as vias possíveis de transitar. Aqui é terra de gente que vive no mato. Gente quase invisível em muitos segmentos da dita sociedade civilizada. Para não dizer dizimada, apagada.” Fonte: Itaú Cultural.

Mil dias de Joenia, mil dias de luta

Primeira deputada federal indígena eleita no Brasil, a advogada Joenia Wapichana comemora 1.000 dias à frente do mandato indígena na Câmara. Coordenadora da Frente Parlamentar Mista em defesa dos direitos dos povos indígenas no Congresso Nacional, Joenia foi escolhida como representante dos povos originários em 2018 após décadas de luta e ativismo junto principalmente às populações indígenas de Roraima.

“Este mandato veio para fazer história, uma história que está sendo vista e acompanhada pela sociedade brasileira. Agradeço a todas as lideranças e apoiadores que estão junto comigo na defesa dos direitos dos povos indígenas. “

Cobertura indígena na COP26

Com malas e equipamentos prontos para acompanhar, mobilizar e demarcar a participação na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 26, a Mídia Índia segue rumo a Glasgow, na Escócia. Representando a Articulação dos Povos Indígena do Brasil – Apib, a equipe da Mídia Índia é composta por comunicadores indígenas que estão a caminho da conferência com o intuito de dar visibilidade à luta e resistência dos povos indígenas. Acompanhe a cobertura pelos canais da Mídia Índia e Apib.

A luta pela vida nas aldeias Avá-Guarani

Após o relaxamento das principais restrições impostas pela pandemia do coronavírus, caciques e outras lideranças convocaram a população das aldeias para discutir e tentar entender o sintoma mais chocante da crise que aflige a comunidade: o suicídio de jovens. “Nossos ancestrais viviam caminhando pela mata, em meio à natureza. Era uma vida completamente diferente”, diz João Miri Alves, 54 anos, cacique da aldeia Tekoha Añetete, localizada em Diamante d’Oeste, cidade vizinha a Santa Helena. “Hoje não tem mais mata. O indígena perdeu seu território, perdeu seu modo de vida e surgiram novos problemas.” Fonte: A Pública

Violência em números e dados

O Relatório Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil – dados de 2020, publicado anualmente pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi), apresenta o retrato de um ano trágico para os povos originários no país. A grave crise sanitária provocada pela pandemia do coronavírus, ao contrário do que se poderia esperar, não impediu que grileiros, garimpeiros, madeireiros e outros invasores intensificassem ainda mais suas investidas sobre as terras indígenas. Para ler o relatório completo, clique aqui

Slam indígena

O primeiro slam indígena do mundo vai rolar na edição comemorativa dos dez anos de FLUP – a Festa Literária das Periferias. O Slam Coalkan tem curadoria de Renata Tupinambá e apresentação de Katú Mirim, além da participação de slammers como Ian Wapichana (RR), Brisa Flow (Chile), Kanu Puri (RJ), Edivan Fulni-O (PE). A batalha, que na verdade é uma troca fervilhante de versos e resistência através da poesia falada, acontece de forma presencial no Morro da Babilônia, no Leme, RJ. A festa também será transmitida pelo youtube da FLUP. 

https://linktr.ee/FLUP10ANOS

Conhecer para semear

Produzida pelo Centro de Culturas Indígenas (CCI), a VII Semana dos Estudantes Indígenas da UFSCar – Universidade Federal de São Carlos vai de 3 a 5 de novembro. Este ano, o seminário acontece sob o tema “Conhecimentos indígenas como sementes para a interculturalidade”. A programação conta com a presença dos artivistas Daiara Tukano e Jaider Esbell no dia 04 na mesa “Arte Indígena Contemporânea: para descolonizar o olhar e o sentir” e das pesquisadoras Elisa Pankararu e Naine Terena no dia 05 conversando sobre “Protagonismo das mulheres indígenas na pesquisa científica”. O evento é gratuito e online, basta se inscrever por aqui.

Resistência Xukuru

Assassinado a mando de fazendeiros da região de Pesqueira (PE) em 1998, o cacique Xicão é uma referência de luta e resistência para o povo Xucuru que habita o agreste pernambucano. A história do cacique Xicão Xukuru e de sua importância para a defesa do território, da cultura e do modo de viver do povo Xukuru. Seu filho, o cacique Marcos assim como seus outros descendentes e parentes dão continuidade ao legado de Xicão. Fonte: ECOA/UOL.