II Marcha das Mulheres Indígenas. Brasília, 2021. Foto: Edgar Kanaykõ |@edgarkanayko
Toda semana aqui no blog, nosso radar sobre o movimento indígena!
Terra indígena fica!
Os povos Kaingang, Guarani M’bya, Guarani Nhandewa, Tukano e Krahô deram início à retomada da Floresta Metropolitana de Piraquara, em Curitiba, estado do Paraná, espaço este que é território ancestral dos povos indígenas. O diálogo entre as lideranças e o governo do estado vem sendo tentado por parte das lideranças desde 2009 sem êxito. Após 45 dias de retomada, a Secretária de Meio Ambiente, juntamente com a chefe das Unidades de Conservação do Instituto Água reconheceram e oficializaram o território da retomada ancestral indígena. Fonte: APIB
Fora, Xavier!
A Justiça Federal em Santarém (PA) tornou réu o presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marcelo Xavier, em processo em que o MPF o acusa de improbidade administrativa por desobedecer a várias decisões em um acordo judicial em que a autarquia se comprometeu a avançar na demarcação do território indígena Munduruku do planalto santareno. No total, o presidente da Funai descumpriu seis decisões da Justiça Federal, o que configura ato de improbidade administrativa por retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, atentando contra os princípios da administração pública. Fonte: MPF.
Um freio aos missionários que avançam sobre isolados
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quinta-feira, 23, que missões religiosas não podem entrar em terras de povos indígenas isolados. A decisão do ministro atende, de forma parcial, pedido feito pelo Partido dos Trabalhadores (PT) e pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).“Defiro parcialmente a cautelar para explicitar o impedimento de ingressos de missões religiosas em terras indígenas de povos isolados, com base em seu direito à vida e à saúde, conforme decisão já proferida na ADPF 709”, escreveu o ministro em sua decisão. O ministro esclareceu que sua decisão vale apenas para missões novas que já não estivessem presentes nos locais. “A urgência manifestada pelos requerentes, em sede cautelar, tem estrita relação com o risco de contágio e, nesse sentido, parece se relacionar mais imediatamente com o ingresso de novas missões religiosas, e não com a sua permanência, uma vez que, se elas já se encontravam em tais áreas, já tiveram contato com indígenas e o dano que poderia ter ocorrido, ao que tudo indica, não se consumou”. via @eloyterena
O Agro não é pop
Em plena crise hídrica, com apoio de ruralistas e do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pode ser votado no plenário da casa o regime de urgência de um projeto que viabiliza a construção de barragens para a irrigação e dar de beber a animais de criação, em prejuízo de outros usos da água, como o abastecimento humano e a geração hidroelétrica. A proposta permite o desmatamento da vegetação nativa à beira de cursos d’água, fundamental para a manutenção de nossos mananciais. Fonte: ISA
História do artesanato Parakanã premiada
O curta “Topawa”, de Kamikia Kisedje e Simone Giovine, recebeu menção honrosa por parte do júri da Mostra Ecofalante, eleito como “um filme que mostra a luta e a realidade dos povos indígenas”. Parte de uma série idealizada e produzida pela Tucum em 2019 junto ao povo Parakanã (PA), o filme traz depoimentos de mulheres da Terra Indígena Apyterewa sobre os primeiros contatos com os homens brancos, enquanto confeccionam redes e cestas a partir da palmeira de tucum.
Você sabia que o chimarrão é indígena?
Diferente do chimarrão apreciado no sul do país, no Mato Grosso do Sul, o chá de erva-mate é consumido gelado e chamado de tereré. Mas você sabia que desde tempos imemoriais os povos indígenas já utilizavam o chá em seus rituais? Pois é, assim como o churrasco, a tapioca e a pipoca, o chá mate é um costume de povos como os Guarani-Mbyá que chamam o mate de “erva da alma”. Quem conta melhor essa história é Jerá Poty Mirim, liderança do povo Guarani-Mbyá no podcast Paraksué. Clique e ouça o episódio aqui.
Tecnologia como ferramenta de luta
Para quem se incomoda com indígena de celular na mão, uma má notícia: cada vez mais atuantes em redes como Instagram, Twitter e Tik Tok, influencers indígenas utilizam a tecnologia a favor das lutas de seus povos e colecionam seguidores. Fonte: Correio Braziliense / via @guajajarasonia
METAMORFOSE & TRANSFORMAÇÃO 🏹
O ciclo SELVAGEM acaba de lançar sua terceira Flecha, já disponível online. Motivada pelos ensinamentos Huni Kuin do Shuku Shukue, “a vida é para sempre”, a flecha METAMORFOSE reúne conhecimentos dos povos Tukano e conta com a participação do ativista, antropólogo e professor João Paulo Lima Barreto do povo Ye’pamahsã, autor das obras “WAIMAHSÃ: Peixes e Humanos” e “KUMUÃ NA KAHTIROTI-UKUSE”, além de Naiara Tukano e Aílton Krenak.