Observatório Tucum

Toda semana, nosso radar com o que você precisa saber sobre o movimento indígena!

🏹 AGOSTO INDÍGENA 🏹
O Dia Internacional dos Povos Indígenas foi criado pela UNESCO e é comemorado todo dia 9 de agosto, desde 1994. No Brasil, diante dos imensos desafios intensificados por um projeto de extermínio em curso contra os direitos das populações originárias, mais do que apenas um dia, teremos um mês inteiro para chamar de indígena. Dias de muita luta, resistência e mobilizações pela frente, pela defesa dos primeiros donos desta terra, seus territórios, corpos e identidades. Conheça, compartilhe, colabore, fortaleça o movimento indígena. Avante!

Mobilização Luta pela Vida
O movimento nacional indígena segue unido para ocupar Brasília entre os dias 22 e 28 de agosto. Ao som dos maracás e com a força dos ancestrais que resistem e lutam por suas vidas desde a chegada dos colonizadores, indígenas de todo o país se unem para deter o avanço da agenda anti-indígena promovida pelo governo. Prevista para ser votada em 25 de agosto, a tese do Marco Temporal é uma das principais batalhas do movimento indígena. Para colaborar com qualquer quantia que ajude a custear as despesas com transporte e alimentação das caravanas indígenas, acesse as redes da COIAB e faça sua doação.


De quem é a causa indígena?
A revista Gama preparou uma série super especial de reportagens e entrevistas com a temática indígena. O escritor e professor Daniel Munduruku fala sobre ancestralidade e futuro, literatura e memória, identidade e cultura, direitos e educação, entre uma série de reflexões da maior importância. Os perigos das missões evangélicas em territórios indígenas também são pauta do especial, com uma matéria que nos atualiza sobre o assunto no contexto da pandemia. Sandra Benites, primeira curadora de museu indígena do Brasil, fala sobre a importância de ouvir as culturas que foram silenciadas. Estereótipos, preconceito, apagamentos identitários e resistência revelam os desafios cotidianos impostos aos indígenas no contexto urbano. Um compilado que vem em boa hora jogando luz sobre as tantas causas indígenas do nosso país. Fonte: Gama

Temática indígena em foco no especial da semana da revista Gama.


Xingu tem recorde de desmatamento
A maior parte do desmatamento aconteceu na porção paraense (76%) da bacia, que cruza os Estados do Pará e Mato Grosso. O mais alarmante é que o crescimento aconteceu sobretudo no interior das Terras Indígenas da região, onde qualquer desmatamento é ilegal. O aumento foi de 201%, puxado pelas invasões nas Terras Indígenas Apyterewa, Trincheira/Bacajá e Cachoeira Seca, todas na zona de influência da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. A maior parte desse desmatamento é consequência das atividades de grileiros, que derrubam a floresta para abrir fazendas e se apropriarem indevidamente de terras públicas. A mineração também é responsável por grande parte da destruição. Fonte: ISA

Saberes Parakanã na Mostra Ecofalante
Alegria, alegria saber que o documentário de Kamikia Kisedje e Simone Giovine, produzido em parceria com a Tucum e está concorrendo ao prêmio na categoria Latino-americana de curtas. Topawa parte dos saberes acerca da feitura manual das redes de tucum para contar histórias das mulheres Parakanã que habitam o sul do Pará. Para ver as sessões online e gratuitas, clique aqui.

Frame de Topawa, filme que conta a história das mulheres do povo Parakanã e que concorre a prêmio em mostra audiovisual.



Arte Yanomami em exibição em Xangai
“Árvores” foi exposta pela primeira vez em Paris e apresenta mais de 200 obras de quase 30 artistas internacionais, dentre eles Kalepi Sanöma, Joseca e Ehuana Yaira Yanomami. “A arte contemporânea dos Yanomami mostra ao mundo a beleza da reflexão metafísica e do conhecimento da floresta deste povo singular. Trata-se, portanto, de uma ferramenta potente na defesa dos seus direitos territoriais e culturais reconhecidos pela Constituição brasileira e, infelizmente, gravemente desrespeitados pelo atual presidente do Brasil, inepto e feroz inimigo dos povos indígenas”, diz o antropólogo Bruce Albert.

Não estudei na cidade para aprender a desenhar, eu estudava só na floresta, onde eu caçava no mato. Eu desenhava nas árvores, nas praias, desenhava nos coqueiros e nas folhas novas, com carvão. Eu descascava a árvore e fazia os desenhos nos troncos. Quando eu aprendi a desenhar eu ouvia os pajés cantando e eu gravava na minha cabeça para desenhar depois. Eu desenho os espíritos. E quando eu sonho, eu estudo muito, penso muito e faço muitos desenhos do meu sonho. Eu sonho com vários animais, espíritos, doenças, inimigos, sonho de chuvas, araras, caçador, conta Joseca Yanomami. Foto: Daniel Tancredi/Platô Filmes/ISA



Genocídio indígena em debate
No dia internacional dos povos indígenas, 9 de agosto, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), em conjunto com o Observatório Judaico de Direitos Humanos no Brasil (OJDHB) e Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) realiza um encontro virtual para debater o genocídio indígena que está em curso como projeto político no Brasil. Lideranças indígenas, juristas, advogados e advogadas indígenas e aliados das lutas dos povos estarão presentes a partir das 19h neste encontro que será transmitido pelos canais de Facebook e youtube da @apiboficial e Youtube do OJDHB. Fonte: APIB.