Observatório Tucum

Anciã Guarani Kerexu Yxapyry, no I Encontro Estadual das Kunhangue de SC. Foto: Luiza Dorneles.

Toda semana aqui no blog, o que você precisa saber sobre as lutas e conquistas do movimento indígena


🏹. Flecha selvagem: 🌞 O SOL E A FLOR 🌼
SELVAGEM é uma experiência de articular conhecimentos a partir de perspectivas indígenas, acadêmicas, científicas, tradicionais e de outras espécies. As Flechas Selvagens são parte do ciclo SELVAGEM e constituem num sonho que Aílton Krenak teve para adiar o fim do mundo em linguagem audiovisual. A segunda flecha acaba de ser lançada trazendo diferentes visões sobre a relação do SOL com a vida. A partir de trechos do livro BIOSFERA, de Vladimir Vernadsky, Ailton Krenak narra a profunda interação dos raios cósmicos com a matéria verde, que transformam a Terra em um supra organismo vivo. Uma visão da vida onde tudo está absolutamente relacionado, das cianobactérias ao ozônio. A Teoria de Gaia flui em diálogo com a suspensão do céu na compreensão yanomami. Ao longo de 2021 serão lançadas 6 flechas, acompanhadas de cadernos ilustrados para download gratuito com informações complementares, propostas de atividades e ativações. Baixe o seu aqui!

A conversa SELVAGEM entre Aílton Krenak e Marcelo Gleiser é uma oportunidade de pensar outras narrativas, outras percepções e tecnologias. Imperdível! Assista aqui.


Paraíso ameaçado
Com presença milenar do povo Borari, Alter do Chão é uma pequena vila indígena, um distrito administrativo de Santarém (PA), localizada à margem direita do Rio Tapajós. Em 2010, Alter registrava pouco mais de 8 mil moradores. Este ano, estima-se que a vila tenha aproximadamente 12 mil habitantes, sendo 2 mil da população Borari. A ausência de fiscalização e controle dos órgãos públicos é evidente nos impactos socioambientais enfrentados pela população, como sítios arqueológicos ameaçados, o entorno de lagos devastados, igarapés soterrados, lixões a céu aberto e novos bairros cravados na floresta, sem planejamento urbano. Fonte: Amazônia Real

Mulheres Guarani em defesa da vida
O I Encontro Estadual das Kunhangue de Santa Catarina acontece entre os dias 27 e 31 de julho na Tekoa Pira Rupa, no Maciambu, em Palhoça, SC. Mulheres Guarani de diferentes cidades do Estado se reúnem para compartilhar suas vivências nas aldeias e pensar, juntas, formas de preservar seu modo de vida – o “nhande reko”. Kerexu Yxapyry – Eunice Antunes – comenta que hoje a luta das mulheres Guarani é por reconhecimento da importância de suas presenças dentro dos territórios como corpos e espíritos que cuidam das crianças, das plantações, da gestão dos espaços. Via APIB

Fonte: Amigos da Terra Brasil

http://www.amigosdaterrabrasil.org.br/2021/07/28/primeiro-encontro-de-mulheres-guarani-de-santa-catarina-discute-formas-de-preservar-a-saude-do-povo-no-estado/



Amazônia: o pior ainda está por vir
Com a explosão do desmatamento e a previsão de inverno mais seco na região devem provocar queimadas piores do que as registradas nos últimos dois anos na região amazônica. Os efeitos desse avanço desenfreado já são sentidos na terra e no ar. No “dia do fogo”, em 10 de agosto de 2019, produtores rurais de Novo Progresso e Altamira, no Pará, iniciaram um incêndio coordenado para desmatamento e grilagem. Nove dias depois, a fumaça originada transformou o dia em noite em São Paulo, distante pelo menos 3 mil km dali. Na Amazônia, 65% das áreas queimadas em 2020 eram formadas por florestas, evidenciando que as invasões e o desmatamento avançaram sobre partes preservadas. Neste ano, entre março e maio, os alertas de desmatamento foram 29% maiores em comparação com o mesmo período de 2020. No intervalo, foram derrubados mais de 199 mil hectares, uma área maior que a capital paulista. Fonte: ISA

Leia mais: https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2021/05/desmatamento-da-amazonia-em-abril-de-2021-e-o-maior-da-serie-historica-mostra-inpe.shtml?origin=folha

Queimadas e desmatamento na floresta amazônica. Foto: Bruno Kelly/Amazônia Real. Via ISA.


Arte contra a desinformação
Artefato é um movimento cultural de combate à desinformação sobre Covid-19, unindo o jornalismo independente do Aos Fatos à força transformadora da cultura e da arte para impulsionar um movimento a favor da ciência. A iniciativa apresenta a arte de Yacunã Touché, artista visual de Rodelas (BA) e ativista indígena LGBTQIA+ . A obra mostra o protagonismo das mulheres indígenas em defesa do território, do espírito e, principalmente, em defesa da vacina para salvar vidas.

“Para nós indígenas, a pandemia vem sendo um momento de luta constante pela vida e em defesa dos nossos direitos conquistados”, afirma Yacunã.



O futuro está na memória
Entre os dias 28 e 30 de julho, o Itaú Cultural (IC) exibe a programação do Mekukradjá – Círculo de Saberes, evento que, desde 2016, reúne debates e exibições audiovisuais para discutir a resistência dos indígenas no Brasil contemporâneo. Com curadoria do escritor Daniel Munduruku e da socióloga Junia Torres, seis mesas e uma apresentação musical tematizam a ideia central da edição 2021: O futuro está na memória. Indígenas de diversos povos participam do evento, entre eles lideranças, acadêmicos, cineastas, músicos, escritores, produtores musicais, bailarinos, estilistas e artistas visuais de comunidades do Acre, Alagoas, Bahia, Roraima, Mato Grosso, Minas Gerais e São Paulo. Acesse a programação completa aqui.

via @Visibilidade Indígena