O que seria descolonizar a sociedade brasileira?

por Alice Pataxó*

Há muito tempo se fala em desconstruir os conceitos criados e ensinados por gerações pela colonização brasileira. Descolonizar e contar a história de negros e indígenas sem esconder as dores e o choro desses povos é entender o hoje de cada um. Hoje a informação é instantânea, na palma da mão está o conhecimento, a denúncia, as versões, leis e deveres, e também está a voz antes silenciada.

E se a informação se espalha cada vez mais de forma descentralizada e virtual, nada melhor do que dar voz a quem já faz uso destas tecnologias para compartilhar conhecimento. Aqui vai uma lista de algumas personalidades indígenas que atuam na descolonização das telas.

Tukumã Pataxó (@tukuma_pataxo) é influenciador indígena do povo Pataxó, e através do humor ensina sobre respeito e diversidades indígenas no Brasil.



Papo de índio (@papodeindio) é um canal de decolonialidade e suporte à juventude indígena. É a história da descolonização das muitas sexualidades e gêneros dos povos indígenas.

Cunhataí Ikhã (@meninas.naluta) traz mulheres unidas na luta pela educação e tem apoio da Anaí- Associação Nacional de Ação Indigenista. Atua também pela igualdade de gênero voltado à meninas indígenas no Nordeste.

Foto: Raquel Alvarez/UOL



Suhyasun (@suhyasun) nos leva a uma imersão cultural de seu povo Pataxó, registrando o conhecimento tradicional de seus anciões e a vida local de sua comunidade, a Reserva da Jaqueira em Porto Seguro, Bahia.

Kunumi MC (@kunumimc) pertence à etnia Guarani, escreve e canta. Cantor de rap, traz letras em defesa da floresta e com questionamentos sociais importantes sobre a colonização e o apagamento indígena.

Geni Núñez (@genipapos) faz ecoar vozes da multiplicidade nas redes. Graduada e Mestre em Psicologia social, ela produz um conteúdo incrível sobre ações e pensamentos humanos, afetos, combate a preconceitos e incentivo às desconstruções.


Rayhatã Pataxó (rayhata_une) é fotógrafo e líder estudantil. Rayhatã descoloniza as redes com seu olhar indígena na luz e nas cores desse Brasil.

Alecrim Baiano (@alecrimbaiano) descoloniza a cozinha nesse perfil perfeito para aprender mais sobre comida, boa alimentação e equilíbrio com o meio ambiente, além das histórias e lindas fotos de cada prato.

Indígenas LGBTQ (@TIBIRA) é um coletivo indígena de resistência e acolhimento LGBTQIA+ que leva com orgulho e muito respeito o nome de Tibira, o primeiro indígena a ser assassinado no Brasil pela homofobia.

Ilustração da artista Yacunã Tuxá

Alice Pataxó é ativista e comunicadora indígena do povo Pataxó, BA. Fundadora do Canal Nuhé, Alice é nossa convidada do Abril da Resistência para compartilhar seus textos e reflexões aqui no Blog da Tucum.