Liderança do povo Kayapó e símbolo da luta indígena no Brasil, o cacique Raoni participa da cerimônia de posse do presidente Lula. Foto: Joedson Alves | @joedson__alves
“Nossa meta é alcançar desmatamento zero na Amazônia e emissão zero de gases do efeito estufa na matriz elétrica, além de estimular o reaproveitamento de pastagens degradadas. O Brasil não precisa desmatar para manter e ampliar sua estratégica fronteira agrícola. Esta é uma das razões, não a única, da criação do Ministério dos Povos Indígenas. Ninguém conhece melhor nossas florestas nem é mais eficaz de defendê-las do que os que estavam aqui desde tempos imemoriais. Vamos revogar todas as injustiças cometidas contra os povos indígenas.” Trecho do discurso de posse de Lula, em 1 de janeiro de 2023.
Começamos um novo ano conjugando o verbo esperançar. Após quatro anos de um projeto nefasto de desmonte, o Brasil merecia voltar a ter fé. O novo governo Lula subiu a rampa do Planalto com participação especial do líder Raoni Metuktire e tomou posse promovendo o Ministério dos Povos Indígenas sob comando de Sônia Guajajara e nomeando Joênia Wapichana para a presidência da FUNAI. Sinais de caminhos abertos para tempos de reparação aos povos originários do Brasil.
Pela primeira vez na história deste país, os povos indígenas fazem parte das tomadas de decisão, demarcando territórios políticos e simbólicos na resistência aos 523 anos de apagamentos e silenciamentos. A importância deste momento histórico é enorme e digna de festa e esperança.
Há dez anos a Tucum já nascia ativista, motivada pela vontade de caminhar ao lado das comunidades indígenas do Brasil, mostrando ao mundo suas avançadas tecnologias. Agora não seria diferente, e por isso, celebramos as conquistas imensas para estes povos que tomaram posse junto como novo governo, há cinco séculos massacrados pela colonização, pelo racismo, pela desvalorização de saberes ancestrais.
Antes de ser uma marca, a Tucum é um ímpeto, uma missão, um negócio social sempre em construção e posicionado ao lado das lutas indígenas. Junto a toda a comunidade parceira dos povos originários, começamos 2023 confiantes de que um novo capítulo da história está sendo escrito, com representatividade, em nome da justiça social e da democracia.
Renovamos neste ano o convite a todos que nos acompanham: conheçam o movimento indígena, fortaleçam suas lutas, valorizem suas culturas, cedam espaço para as narrativas indígenas. Estas populações têm muito a ensinar, a revelar, a produzir. É o mesmo convite que fazemos há dez anos, mas agora, com um novo esperançar: o de um futuro-presente indígena. Feliz 2023! Nos vemos na luta.