fotografia/ @mre_gaviao
O 9 de agosto marca a luta dos povos indígenas no mundo. A data criada pela ONU é uma forma de reconhecer a importância dos povos originários e suas imensas contribuições para a vida do planeta. No Brasil, estas populações resistem somando mais de 305 povos, mantendo vivas mais de 274 línguas além de diversas cosmologias e formas de ver, ser e estar no mundo.
Recentemente, o Estado do Amazonas aprovou uma lei que reconhece 16 línguas indígenas como oficiais, logo após o lançamento da primeira versão da Constituição Federal traduzida em Nheengatu por indígenas da região do alto Rio Negro. Considerada como Língua Geral Amazônica, o nheengatu é a única língua ainda viva que descende do tupi antigo. Um marco importante que reconhece a importância dos povos indígenas enquanto fundadores da terra que depois foi chamada de Brasil.
Segundo os dados do último Censo (2022), hoje temos 573 terras indígenas demarcadas, o que corresponde a mais ou menos 13% do território nacional, e pelo menos 1,7 milhão de indígenas no país, com mais de 60% desse contingente vivendo fora de territórios indígenas. Embora não seja possível dizer que a população indígena aumentou apenas por questões demográficas e sim por uma combinação deste fator com as mudanças na abordagem da pesquisa partindo do conceito de autodeclaração, desde o fim de um governo que conduziu um dos piores projetos de etnocídio da história, os povos indígenas têm demarcado seus espaços e fazendo seus maracás ecoarem cada vez mais fortes.
Fortalecer a causa indígena é acreditar e construir uma possibilidade de futuro mais comprometida com a sociobiodiversidade e de reconhecer suas próprias raízes indígenas. Essa luta deveria ser de todos nós e por isso se torna cada vez mais urgente e necessário avançar nas políticas públicas para garantir a vida dos povos indígenas no Brasil. Sem demarcação não há democracia.
O futuro indígena é hoje!