Finalmente, os filmes sobre indígenas deram lugar ao cinema feito por indígenas. Se até pouco tempo as produções audiovisuais da chamada temática indígena eram permeadas por um caráter folclórico, hoje temos representantes de diversos povos originários não somente atuando enquanto protagonistas de suas próprias narrativas, mas também demarcando diversas posições no cinema brasileiro. Atores, produtores, montadores, roteiristas, diretores, fotógrafos, figurinistas, maquiadores demarcando os sets de filmagem.
No dia em que é celebrado o dia do cinema brasileiro, destacamos alguns filmes produzidos, escritos, dirigidos ou estrelados por indígenas.
AS HIPER MULHERES , de Takumã Kuikuro
Conheça o Jamurikumalu, o maior ritual feminino do Alto Xingu, no Mato Grosso. As mulheres do grupo começam os ensaios enquanto a única cantora que sabe todas as músicas se encontra gravemente doente. Disponível no Amazon Prime.
A FEBRE , de Maya Da-rin e estrelado por Rosa Peixoto
Justino, de 45 anos, é segurança no porto de Manaus, Amazonas. Enquanto sua filha se prepara para estudar medicina em Brasília, ele é dominado por uma febre misteriosa. Disponível na Netflix
A ÚLTIMA FLORESTA, de Luiz Bolognesi e do Xamã Davi Kopenawa Yanomami
O filme retrata a vida do povo Yanomami e mostra como a presença ilegal da exploração do ouro no território, que voltou a crescer nos últimos dois anos, está colocando em risco a população indígena e a floresta. Em cartaz nos cinemas e com exibições online.
MARTÍRIO, de Vicent Carelli (2017) é uma análise da perseguição e violência sofrida pelo grupo Guarani Kaiowá, uma das maiores populações indígenas do Brasil nos dias de hoje e que habita as terras do Centro-Oeste.
PIRIPIKURA , de Mariana Oliva
Dois indígenas nômades do povo Piripkura, sobrevivem cercados por fazendas e madeireiros numa área ainda protegida no meio da floresta amazônica. Disponível na Amazon Prime.
CHUVA É CANTORIA NA ALDEIA DOS MORTOS, de Renée Nader e João Salaviza, com produção da Casa de Cultura Kajré. Ihjãc é um jovem do povo Krahô, aldeia indígena localizada em Pedra Branca, no interior do Brasil. Depois de ser surpreendido pela visita do espírito de seu falecido pai, ele se sente na obrigação de organizar uma festa de fim de luto, comemoração tradicional da comunidade.
AMAZONIAN COSMOS, de Daniel Schweizer. (2020)
Com Jaider Esbell e Davi Kopenawa, o filme narrado por Esbell é inspirado na obra do xamã Davi Kopenawa “A Queda do céu”. Ainda não disponível em plataformas de streaming.
TOPAWA, de Simone Giovine e Kamikia Kisedje, foi produzido pela Tucum e recebeu menção honrosa na Mostra Ecofalante de 2021. O curta mostra a transmissão de saberes entre mulheres Parakanã, da aldeia Apyterewa, Pará.
GWAJ BA NHÕ PYKA (A NOSSA TERRA), de Simone Giovine, o curta foi realizado pela Associação Floresta Protegida nas aldeias Kapran Krere, e Tekrejarotire, do povo Kayapó. Com imagens de Tewadjá Kayapó, Bepky Kayapó, Tàkànhikwà Kayapó, Tônhô Kayapó, Kyryra Kayapó, Takánap Kayapó.
MÃTÃNÃG, A ENCANTADA, de Shawara Maxakali e Charles Bicalho, é uma animação que conta a história de Mãtãnãg, que segue o espírito de seu marido, morto picado por uma cobra, até a aldeia dos mortos. Juntos eles superam os obstáculos que separam o mundo terreno do mundo espiritual.