Foto: Amazônia Real
Hoje é Dia da Amazônia, e enquanto deveríamos estar celebrando, a verdade é que não há muito o que comemorar. A crise climática, que parece estar se agravando a cada ano, coloca esse bioma essencial em uma situação de risco extremo. A Amazônia, que muitos conhecem como o “pulmão do mundo”, está sendo sufocada pelas mudanças climáticas, desmatamento e pela ganância desmedida que alimenta a destruição de suas riquezas naturais. O ano de 2024 trouxe uma das piores secas da história recente, afetando drasticamente a biodiversidade e as comunidades que dependem dos rios para sobreviver. O Rio Negro, um dos maiores e mais importantes cursos d’água da região, atingiu níveis tão baixos que se tornou praticamente intransitável, prejudicando o transporte, a educação e a subsistência de milhares de famílias ribeirinhas.
As queimadas, que deveriam ser uma preocupação sazonal, tornaram-se uma constante, agravadas pelo desmatamento e pela redução da umidade da floresta. Esse cenário desolador é especialmente preocupante para os povos indígenas, que, apesar de serem os verdadeiros guardiões da Amazônia, enfrentam ameaças constantes em seus territórios. Invasores, grileiros e garimpeiros ilegais destroem a floresta e ameaçam a sobrevivência dessas comunidades, enquanto as políticas de proteção e demarcação de terras são enfraquecidas, deixando os indígenas desamparados e à mercê de interesses econômicos predatórios.
E são justamente esses povos, com seus modos de vida sustentáveis, que nos ensinam como viver em harmonia com a natureza. As práticas de agrofloresta, caça, pesca e o uso de plantas medicinais são exemplos de como a Amazônia pode ser utilizada sem destruir seus ecossistemas. É um equilíbrio delicado entre o uso e a preservação dos recursos naturais, um conhecimento ancestral que tem garantido a manutenção da floresta por milênios. No entanto, sem a proteção adequada, tanto os povos indígenas quanto a própria Amazônia correm o risco de desaparecer, levando consigo um legado cultural e natural insubstituível. A luta pela preservação da Amazônia é, portanto, uma luta global, fundamental para o futuro do planeta e das próximas gerações.
