Foto: Lohana Chaves/Funai
Ataque contra os Guarani Kaiowá
Na manhã desta segunda-feira (27), ocorreu um episódio de violência durante um protesto pacífico do povo Guarani Kaiowá em Mato Grosso do Sul. Os indígenas reivindicavam o acesso à água, um direito básico que tem sido negado há mais de 35 dias, agravando ainda mais a situação de vulnerabilidade enfrentada pela comunidade.
A manifestação, que buscava chamar atenção para a negligência histórica em relação às suas terras e necessidades, foi brutalmente reprimida pela Polícia Militar do estado. Durante a ação, os agentes invadiram o território, agrediram e prenderam vários indígenas, gerando indignação e alertando para a violência estrutural sofrida por esses povos.
Esse ato reflete a grave crise de direitos enfrentada pelos povos indígenas no Brasil, que continuam lutando por dignidade e reconhecimento. É urgente que a sociedade e as autoridades tomem medidas concretas para garantir justiça e proteção a essas comunidades. Fonte: Midiaindigenanaoficial
Vem aí a primeira Conferência Nacional das Mulheres Indígenas
O Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres marcou o anúncio de uma estratégia conjunta entre os Ministérios dos Povos Indígenas (MPI) e das Mulheres (MMulheres) e a ANMIGA para políticas públicas voltadas às mulheres indígenas. Pela primeira vez, o Brasil sediará a Conferência Nacional das Mulheres Indígenas, em março de 2025, precedida por sete etapas regionais que incluirão consultas e colaborações das participantes para construção de propostas. A conferência abordará temas como violência de gênero, saúde, educação e gestão territorial.
Entre as ações previstas, está a criação da Casa da Mulher Indígena, com atendimento especializado nos biomas brasileiros, e protocolos de atendimento que respeitem a diversidade cultural. Jozileia Kaingang, diretora da ANMIGA, destacou a importância de ouvir as mulheres indígenas como defensoras ambientais e de direitos humanos, promovendo um diálogo que resulte em estratégias alinhadas às suas realidades socioculturais.
A iniciativa reflete o compromisso do Governo Federal em criar políticas efetivas e inclusivas. O momento é considerado oportuno para avançar na participação das mulheres indígenas em espaços de decisão, visando à construção de um Plano Nacional de Políticas para Mulheres Indígenas, integrando o enfrentamento à violência com a proteção dos territórios e o fortalecimento das capacidades culturais e sociais. Fonte: Ministério Das Mulheres
Saúde do Ceará recepciona primeiros indígenas que atuarão na pasta; projeto Farmácias Vivas no SUS articula saber científico e ancestralidade
A Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) recebeu os primeiros Agentes Indígenas de Cultivo (AIC), que atuarão no projeto “Interculturalidade e Farmácias Vivas no SUS Ceará”. O programa envolve o cultivo, processamento e uso de plantas medicinais nas comunidades indígenas, reunindo oito bolsistas de diferentes etnias e territórios do estado. Durante a cerimônia de boas-vindas, que contou com o ritual sagrado Toré, a Sesa celebrou a integração dos saberes indígenas e científicos como uma abordagem inovadora para a saúde pública.
Os agentes selecionados possuem idades e experiências diversas, como Isabel Morais, de 18 anos, estudante de Farmácia e ativista comunitária, e Lucilene de Oliveira, de 41 anos, que já trabalha com plantas medicinais e enfatizou a importância de transmitir conhecimentos para as novas gerações. Essa diversidade enriquece o projeto, que busca não apenas resgatar práticas ancestrais, mas também promover o uso racional de fitoterápicos e fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS).
O projeto é uma parceria entre a Sesa, secretarias estaduais e movimentos indígenas, contando também com o apoio da Universidade Federal do Ceará (UFC). Além de resgatar conhecimentos ancestrais, a iniciativa visa sensibilizar a sociedade sobre o papel das plantas medicinais na saúde, valorizando a ciência, a territorialidade e os saberes originários dos povos indígenas. Fonte: Governo Do Estado Do Ceará
Crise ambiental e climática impacta negros e indígenas de forma desproporcional, aponta estudo
O boletim “Saúde, Raça e Clima”, produzido pelo Centro Brasileiro de Justiça Climática (CBJC) em parceria com o Ministério da Saúde, destaca que as mudanças climáticas afetam desproporcionalmente comunidades negras, indígenas e povos tradicionais. Esses grupos sofrem com eventos climáticos extremos, como ondas de calor e enchentes, agravados por um modelo econômico predatório que dificulta o acesso a serviços de saúde e expõe essas populações à contaminação de alimentos, água e solos devido ao uso intensivo de agrotóxicos e práticas como o desmatamento e o garimpo ilegal.
A precariedade no saneamento básico e nas condições de moradia intensifica os impactos sobre essas comunidades. Dados apontam que apenas 29% das populações indígenas possuem instalações sanitárias, enquanto a média entre brancos é de 83%. Essa desigualdade reflete-se na saúde pública, com a falta de saneamento básico responsável por milhares de mortes entre 2018 e 2019. A dependência do Sistema Único de Saúde (SUS) também é maior entre pretos e pardos, que representam 76% dos atendimentos e 81% das internações no sistema.
O relatório do CBJC enfatiza a necessidade de justiça social para enfrentar as mudanças climáticas, defendendo políticas que integrem raça, saúde e clima. Entre as soluções propostas estão o fortalecimento do acesso a serviços de saúde e saneamento básico, consultas comunitárias para projetos de transição energética e a promoção de práticas agrícolas sustentáveis, reduzindo a dependência de agrotóxicos. Essas ações são fundamentais para mitigar desigualdades e construir um futuro mais sustentável e equitativo. Fonte: Exame
Itaipu lança convênio para garantir água potável em aldeias indígenas
A Itaipu Binacional lançou um convênio de R$ 60 milhões em parceria com o governo do Mato Grosso do Sul, Sanesul e Sesai para ampliar o abastecimento de água potável em 18 aldeias indígenas da etnia guarani kaiowá, beneficiando diretamente 35 mil indígenas e, de forma indireta, outros 41 mil. O projeto inclui perfuração de poços, redes de distribuição e armazenamento, garantindo acesso à água potável, um direito essencial e até então escasso em algumas comunidades. Durante o evento, lideranças indígenas destacaram a importância do programa, que resolverá problemas históricos e deixará um legado para as próximas gerações.
Além do abastecimento de água, a Itaipu assinou mais três convênios voltados para a Casa da Mulher Brasileira, o Centro de Atenção Integral ao Adolescente (CAIA) e centros de cultura indígena. Esses projetos têm como objetivo promover o atendimento humanizado a mulheres em situação de violência e garantir o desenvolvimento local, além de preservar e valorizar as tradições culturais indígenas, com respeito às suas ancestralidades. H2FOZ
Território indígena que já reflorestou mais de 5.000 m2 é destaque em ‘G20 paralelo’
O evento Rio G20 – Diálogos para o Planeta, realizado no Parque Glória Maria, em Santa Teresa, destacou nesta quarta-feira (20) o projeto Watzadzé Up’tabi, focado no reflorestamento e na autonomia alimentar da Aldeia Ripá, no território xavante, em Mato Grosso. Em colaboração com a etnia A’uwe, a iniciativa já recuperou mais de 5 mil m² de áreas produtivas degradadas, com o plantio de cerca de 50 espécies nativas, medicinais e alimentícias. O plano futuro é expandir o projeto para um cinturão agroflorestal de 11 hectares, promovendo uma “ilha de abundância” para a comunidade.
Além de reflorestar o Cerrado nativo e regenerar o solo, o projeto busca resgatar sementes crioulas e espécies essenciais para a cultura xavante. Organizado pelo Instituto Bienal Amazônia (IBA), o evento faz parte da programação paralela ao G20 e conta com o apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro, além da produção da Saphira & Ventura Mídia e Entretenimento. Fonte: CartaCapital
Roda de Conversa: Ancestralidade e decolonialidade na Casa Tucum
A Casa Tucum convida para um encontro que celebra as expressões afro-brasileiras e indígenas por meio da dança e da moda, promovendo um diálogo cultural entre quatro artistas e suas trajetórias. Os multiartistas discutirão sobre identidade, ancestralidade, decolonialidade e arte em perspectivas diversas.
Entre os participantes, o estilista indígena Wanglêys Manaó, criador da marca WANWAN. Sua moda agênero combina cultura indígena e influências urbanas. Mariana Santos, estilista carioca com raízes nos movimentos juninos e no audiovisual, traz sua experiência em design e produção criativa.
No campo da dança, Luís Silva, artista indígena Potiguara e pesquisador doutorando em Artes da Cena, compartilha sua experiência como diretor artístico e pesquisador das culturas periféricas. Alec, bailarino, intérprete e pesquisador, indígena em retomada, manauara vivendo no Rio de Janeiro, seu campo de pesquisa é o cotidiano e movimentos populares.
A mediação será feita pela multiartista e produtora cultural Winona Evelyn, indígena em retomada e idealizadora do Slam Sereno, que transita entre diferentes expressões artísticas e culturais.
O evento será uma troca potente de saberes, reforçando a importância da arte como ferramenta de resistência e celebração da diversidade.