Os Yanomami, habitantes da floresta Amazônica em Roraima, consideram seu território, chamado de urihi (terra-floresta), uma entidade viva essencial para o equilíbrio do mundo e sua sobrevivência. Toda a sua vida cotidiana está profundamente conectada com a natureza, incluindo a produção de artesanato, que utiliza matérias-primas coletadas de forma sustentável, mostrando a viabilidade de uma economia que respeita o meio ambiente.
A cestaria Yanomami reflete a cosmologia e o cotidiano de seu povo. Feitas com cipós e o fungo përɨsɨ, as cestas trazem grafismos únicos inspirados na natureza e na rica simbologia Yanomami, como o couro de cobras Jiboia e Sucuri. Utilizadas para armazenar alimentos, carregar colheitas e outros usos domésticos, as cestas preservam tradições ao mesmo tempo que incorporam inovações, como a introdução do përɨsɨ, que surgiu na década de 1970.
Mulheres Yanomami são protagonistas nessa arte, conciliando seu papel como agricultoras, mães e artesãs com o trabalho em associações indígenas. Além disso, contribuem para a ciência, como no caso do livro Përɨsɨ — o fungo que as mulheres Yanomami usam na cestaria, resultado da colaboração entre os saberes tradicionais e estudos acadêmicos, que registrou o uso desse fungo.
Essa integração entre conhecimentos tradicionais e científicos reforça o protagonismo das mulheres Yanomami, valorizando sua cultura e destacando o artesanato como uma ferramenta de resistência, autonomia econômica e preservação ambiental, enquanto conecta suas comunidades ao mundo exterior.
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