Observatório Tucum

Foto: Costa Rebelo

Marco temporal volta ao debate no STF sem principal representação indígena

Protesto contra marco temporal em Brasília — Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo

Na segunda-feira (23), o Supremo Tribunal Federal (STF) realizou mais uma audiência de conciliação sobre o marco temporal para a demarcação de terras indígenas, ouvindo depoimentos de especialistas indicados pelo Congresso Nacional, governo federal e Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Essa foi a segunda audiência conduzida pelo ministro Gilmar Mendes, após a Articulação dos Povos Indígenas (Apib) ter se retirado do processo em agosto, alegando que os direitos indígenas são inegociáveis e que não havia igualdade nas discussões.

O STF já havia decidido em 2023 contra a validade do marco temporal, que propõe que os indígenas só teriam direito às terras ocupadas em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição, ou as que estavam em litígio judicial. Mesmo com a saída da Apib, o ministro Mendes manteve os debates, argumentando que nenhuma parte poderia interromper o andamento do processo. A próxima audiência está agendada para 2 de outubro.

Protesto em Brasília contra o marco temporal: ameaça a terras indígenas já demarcadas e em demarcação ( Foto: Tiago Miotto / Cimi – 29/09/2023)

As ações discutidas na audiência incluem propostas dos partidos PL, PP e Republicanos para manter o projeto de lei que reconhece o marco temporal, enquanto entidades indígenas e advogados do governo continuam questionando a constitucionalidade dessa tese. Mendes também rejeitou pedidos para suspender a deliberação do Congresso que aprovou o marco temporal, o que desagradou as comunidades indígenas.

Essas audiências estão programadas até dezembro e impedem novas decisões da Corte, enquanto o Congresso busca tempo para aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que confirme o marco temporal. No final de 2022, o Congresso derrubou o veto presidencial de Lula ao projeto de lei que validava o marco, apesar da decisão anterior do STF contra a tese. Fonte: Alma Preta

Adolescente indígena é encontrado morto em área de conflito no Mato Grosso do Sul; é a segunda morte em 5 dias

Fred Souza Garcete, um adolescente indígena Guarani Kaiowá de 15 anos, foi encontrado morto nas margens da rodovia MS-384, em Antônio João (MS), sendo a segunda morte de um indígena na região em cinco dias. A primeira vítima foi Neri Ramos, de 23 anos, assassinado com um tiro disparado pela Polícia Militar. A principal suspeita é que Fred tenha sido atropelado, mas o caso está sob investigação pela Polícia Civil.

A Terra Indígena (TI) Nhanderu Marangatu, onde Fred vivia, tem sido palco de tensão desde que os Guarani Kaiowá tentaram recuperar uma área sobreposta à Fazenda Barra, cuja demarcação foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Desde então, a comunidade vive cercada por cerca de 100 policiais militares, e vários indígenas foram feridos, incluindo a morte de Neri Ramos, que as lideranças classificam como execução. A violência crescente contra os indígenas na região é motivo de preocupação.

A morte de Fred ocorreu poucos dias após a visita de uma comitiva do governo federal e entidades de direitos humanos à TI Nhanderu Marangatu, ressaltando a urgência da conclusão do processo demarcatório para garantir a segurança dos indígenas. A próxima audiência judicial sobre a demarcação está marcada para o dia 25 de setembro, em Brasília, com o ministro do STF, Gilmar Mendes. Fonte: Brasil de Fato

Indígenas da etnia Tukano têm território próximo a parque de Brasília incendiado

Imagem mostra o líder da comunidade Tukano, Álvaro Tukano, na região do território que foi alvo de incêndio. Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Cerca de 20 indígenas da etnia Tukano, que habitam uma área designada no Setor Noroeste de Brasília, foram surpreendidos por um incêndio na manhã da última segunda-feira (16). O fogo começou perto da casa Yepá-Mahsã, onde residem, e o líder da comunidade, Álvaro Tukano, acredita que o incêndio foi intencional, embora não tenha formalizado uma queixa à polícia. O Corpo de Bombeiros do Distrito Federal foi acionado duas vezes no mesmo dia para controlar o incêndio, que reacendeu posteriormente na vegetação do cerrado.

O incêndio danificou o encanamento de água potável da residência dos Tukano e destruiu parte da plantação de mandioca. Imagens do fogo foram compartilhadas por Daiana Tukano, neta de Álvaro, nas redes sociais, onde pediu ajuda para controlar as chamas. O incidente aconteceu no mesmo dia em que outros focos de incêndio estavam sendo combatidos no Parque Nacional de Brasília, destacando a vulnerabilidade da área habitada por várias etnias indígenas.

O Setor Noroeste de Brasília é ocupado por várias comunidades indígenas, incluindo os Tukano, Guajajara, Bororo e Xucuru, além de outras etnias que vivem em áreas próximas, como os Fulni-ô e os Kariri-Xocó. Os Tukano, originários da Amazônia, vivem nas margens do Rio Tiquié, no noroeste do Brasil, e compartilham sua cultura e língua com outras 17 etnias da mesma região. Fonte: Alma Preta

Em busca de visibilidade, Porto Alegre tem Primeira Marcha das Mulheres Indígenas

Preparação para a 1ª marcha das mulheres indígenas. Foto: Isabelle Rieger/Sul2

A primeira Marcha das Mulheres Indígenas de Porto Alegre foi realizada na segunda-feira (23), com a presença de indígenas Guarani e Kaingang de nove aldeias. O evento incluiu apresentações culturais, exposições de arte e um ato político, com a leitura de uma carta destinada aos candidatos à prefeitura da cidade. A marcha faz parte do movimento nacional iniciado em 2019, que busca dar visibilidade às pautas indígenas, frequentemente ignoradas pelas autoridades políticas, como ressaltado por Juliana Dutra, uma das coordenadoras.

A falta de visibilidade política foi o principal motivador da marcha em Porto Alegre, onde Juliana destacou o descaso das autoridades em relação aos povos indígenas nos planos de governo. Ela também enfatizou a importância das terras indígenas, referindo-se a elas como “corpo-território”, uma conexão profunda para os povos originários. A marcha teve como foco valorizar a mulher indígena, o artesanato e as contribuições dos povos indígenas, especialmente no contexto da crise climática.

Foto: Isabelle Rieger/Sul21

Além disso, a manifestação reforçou a ideia de que a cultura indígena pode ser essencial na luta contra a crise ambiental, com sua visão de respeito à natureza. O evento em Porto Alegre segue o exemplo da Marcha das Mulheres Indígenas de Brasília, que reúne mais de 200 etnias, reivindicando respeito, visibilidade e justiça, enquanto educa sobre a presença de comunidades indígenas no sul do Brasil, muitas vezes ignoradas pela população local. Fonte: sul21

Após 17 anos, território do povo Munduruku é reconhecido por Ministério da Justiça

Foto: Adi Spezia/Cimi

Uma conquista histórica marcou esta quarta-feira (25) para o povo Munduruku. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, assinou a portaria declaratória da Terra Indígena Sawré Muybu, no médio Tapajós, Pará.

Essa portaria é um passo crucial no processo de demarcação, reconhecendo oficialmente o território como indígena. Após anos de luta e resistência, os Munduruku celebram a vitória, mas seguem vigilantes, exigindo avanços na demarcação de outras terras, como a TI Sawré Ba’pim.

Mesmo sem apoio estatal, o povo Munduruku se organizou e criou estratégias para proteger seu território das invasões, como a autodemarcação e expedições de monitoramento. Essa é a quarta portaria assinada pelo ministro Lewandowski, que prometeu mais ações em breve. Fonte: midiaindigenaoficial

Abrindo o mês das crianças, Casa Tucum promove vivência com Juliana Gomes

No mês das crianças, a Casa vai receber uma vivência incrível com @julianapegomes! “A arte indígena: uma forma de contar histórias” será uma conversa super descontraída onde as crianças vão descobrir o que a arte representa para os povos indígenas, através de histórias, trocas e muita inspiração. Além disso, vamos aprender sobre como a natureza inspira os grafismos e, claro, colocar a mão na massa (ou melhor, no papel!) pra praticar o desenho como uma forma ancestral de contar histórias! 🌿🎨

A vivência é para crianças a partir de 5 anos, as vagas limitadas!

Para mais informações clique aqui!