A floresta em chamas
A crise climática está mais visível do que nunca. Em 2024, o Brasil enfrenta uma seca histórica, com mais de 1,4 mil cidades afetadas e queimadas devastando grandes áreas, principalmente na Amazônia. Os desafios são imensos, e as soluções precisam ser imediatas. A natureza pode ser nossa maior aliada, oferecendo 30% das soluções necessárias para mitigar os efeitos mais drásticos dessa crise, mas, ironicamente, apenas 3% do financiamento climático global é destinado a essas ações essenciais.
Enquanto isso, a realidade é crítica. A fumaça dos incêndios florestais na Amazônia e em outras regiões tem causado preocupação em várias cidades do Brasil. São Paulo, por exemplo, registrou a 2ª pior qualidade de ar do mundo em setembro de 2024, e a nuvem cinza já atingiu até mesmo territórios indígenas em áreas preservadas, como São Gabriel da Cachoeira (AM). Essa crise é agravada pela seca mais severa dos últimos 50 anos, destacada pelo Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden), com o Rio Negro e o Rio Branco batendo recordes históricos de baixa, e Roraima enfrentando recordes de focos de calor.
A emergência climática é real, e mais de 97% dos brasileiros já percebem essas mudanças em seu cotidiano. No entanto, há esperança em outros caminhos. Os povos indígenas, quilombolas e ribeirinhos demonstram que é possível viver em harmonia com a natureza, gerando vida, conhecimento e riqueza sustentável em seus territórios. Agora, mais do que nunca, é crucial reconhecer o protagonismo desses povos no desenvolvimento tecnológico, com políticas públicas adequadas e justa repartição de benefícios. O futuro pode ser assustador, mas ele também pode ser transformado por esses saberes ancestrais, se valorizados e respeitados. Fonte: povos.tradicionais e Ci_brasil
Emergência no Cerrado
Metade da vegetação nativa do Cerrado foi perdida, com 38 milhões de hectares desmatados em 39 anos, e 26 milhões de hectares ocupados pela agricultura. Além do desmatamento, o fogo e a seca afetam ecossistemas e o clima, ameaçando a vida e a produção de energia da região.
Entre 1º e 9 de setembro, foram registrados mais focos de incêndio no Cerrado (7.304) do que na Amazônia (6.200). O agronegócio, principalmente soja, algodão e gado, contribui para essa destruição, enquanto comunidades tradicionais resistem para preservar o bioma. Fonte: povos.tradicionais e Brasil de Fato
Amazônia: Incêndios na floresta amazônica brasileira atingem em agosto maior nível em 14 anos
Em agosto, a área brasileira da Amazônia registrou o maior número de focos de incêndio desde 2010, com 38.266 focos detectados, mais que o dobro do ano anterior. Uma seca recorde, agravada pelo fenômeno El Niño e pelas mudanças climáticas, deixou a floresta vulnerável. Os incêndios, que geralmente têm origem em fazendas e pastagens, se espalham mais facilmente devido ao ar quente e à vegetação seca.
O desmatamento na Amazônia reduz a capacidade da floresta de gerar chuva, exacerbando as condições de seca. Especialistas, como Helga Correa do WWF-Brasil, apontam que o aumento das queimadas é causado por uma combinação de mudanças climáticas, El Niño e ações humanas, principalmente no chamado Arco do Desmatamento, que inclui áreas como Rondônia, Amazonas e Pará.
A intensidade dos incêndios na Amazônia em 2024 reflete a interação entre fatores climáticos e práticas agrícolas, colocando em risco a capacidade de regeneração da floresta e aumentando a devastação ambiental na região. Fonte: InfoMoney
Pantanal: animais silvestres enfrentam fogo, fome e sede no
O Pantanal enfrenta uma crise ambiental severa em 2024, com incêndios que já devastaram mais de 2,3 milhões de hectares e uma seca extrema transformando a região em quase um deserto. A fauna local sofre com a falta de comida e água, buscando refúgio em lamaçais. A situação é agravada pelo bloqueio de ajuda pelo governo do Mato Grosso, que impediu ONGs de distribuir recursos nas áreas protegidas.
Diversas espécies sofrem com fome e sede, e a biodiversidade está ameaçada. A falta de assistência e a emergência climática tornam a recuperação do ecossistema um desafio crescente. Fonte: oeco
Incêndio de grandes proporções destrói mais de 180 hectares da Floresta Nacional de Carajás, no Pará
Uma operação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) está em andamento para controlar um incêndio de grandes proporções na Floresta Nacional de Carajás, no sudeste do Pará, que já consumiu mais de 180 hectares. As chamas começaram após um acidente na última segunda-feira (5), quando um carro pegou fogo na estrada Raimundo Mascarenhas, responsável pelo acesso à Flona, e a fumaça se espalhou pela vegetação. O incêndio foi intensificado pelo tempo seco e pelo vento.
Mais de 150 pessoas, incluindo brigadistas do Corpo de Bombeiros e do ICMBio, estão empenhadas no combate ao incêndio, com o apoio de três aeronaves e equipamentos de combate terrestre. Apesar dos esforços, a situação é complicada, pois o vento continua a propagar as chamas, exigindo o uso de drones e helicópteros para lançar água sobre as áreas afetadas. A Flona de Carajás, criada em 1998, possui 351,6 mil hectares e é cortada pelo rio Tocantins, abrangendo os municípios de Água Azul do Norte, Canaã dos Carajás e Parauapebas. Fonte: G1
Brasil em chamas: país tem cerca de 60% de seu território coberto por fumaça das queimadas
Os incêndios florestais têm um impacto devastador, queimando a fauna e a flora e deslocando comunidades locais, além de produzir uma fumaça que pode viajar grandes distâncias e afetar pessoas que estão a milhares de quilômetros de distância. O Brasil e outros países da América do Sul estão vivenciando um exemplo dramático desse fenômeno, com a fumaça dos incêndios cobrindo quase 5 milhões de km² do território brasileiro, equivalente a 60% do país.
A fumaça dos incêndios está afetando significativamente a qualidade do ar em várias regiões. Em São Paulo, por exemplo, a qualidade do ar estava entre ruim e muito ruim no início da semana, e a cidade liderava o ranking de metrópoles com a pior qualidade de ar, segundo o site suíço IQAir. O problema é recorrente, com São Paulo e outras cidades brasileiras frequentemente aparecendo entre as mais poluídas do mundo.
Os incêndios, que têm registrado números recordes de queimadas na Amazônia e em outras regiões do Brasil, resultam em um corredor de fumaça que se desloca para o sul do continente, afetando países como Uruguai e Argentina. Além disso, há focos de incêndio em outros estados brasileiros, como São Paulo, Goiás e Mato Grosso, que têm causado uma visibilidade reduzida e um sol avermelhado. O governo está trabalhando para controlar os incêndios e investigar a responsabilidade por essas queimadas, com a Polícia Federal abrindo inquéritos sobre crimes ambientais e organizações criminosas envolvidas. Fonte: Instituto humanitas unisinos