Foto: Midia Ninja
Fogo em aldeia destrói três mil mudas de reflorestamento: ‘foi criminoso’, diz cacique
Um incêndio devastou parte da aldeia Arapowã Kakyá, em Brumadinho (MG), onde vivem 60 indígenas Xucuru Kariri. O fogo começou na tarde de segunda-feira e se alastrou rapidamente, ameaçando duas casas. A atuação conjunta dos bombeiros e de cerca de 20 moradores da aldeia conseguiu controlar as chamas antes do amanhecer, mas não foi possível salvar três mil árvores plantadas em uma ação de reflorestamento realizada pela comunidade.
O cacique Carlos Arapowãnã acredita que o incêndio foi criminoso, dado o local onde começou e a intensidade das chamas. Ele lamentou a perda das árvores cultivadas, que incluíam espécies frutíferas e nativas, plantadas há pouco mais de um ano. “Queimou tudo, não sobrou nada”, expressou o cacique, destacando o impacto devastador para a aldeia.
A deputada federal Célia Xakriabá (Psol-MG) manifestou preocupação com a gravidade da situação, destacando que as queimadas representam uma ameaça à vida e ao meio de subsistência das comunidades indígenas. Ela encaminhou um ofício ao Ministério Público, solicitando ações emergenciais para conter o aumento dos focos de incêndio em Minas Gerais, que enfrenta o maior número de queimadas dos últimos 14 anos, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Fonte: Brasil de Fato
Lideranças indígenas são perseguidas e atropeladas ao voltar de moto para retomada em Douradina (MS)
Um casal Guarani-Kaiowá, lideranças na retomada da Terra Indígena Panambi Lagoa-Rica em Douradina (MS), sofreu uma tentativa de homicídio no dia 24 de agosto. Enquanto voltavam de moto para a área ocupada pelos indígenas desde julho, foram perseguidos e atropelados por um carro, resultando em ferimentos graves, especialmente na mulher. Esse ataque é o quarto desde que os Guarani-Kaiowá iniciaram a retomada de suas terras, com outros atentados ocorrendo nas semanas anteriores.
A Terra Indígena Panambi-Lagoa Rica foi reconhecida pela Funai como de ocupação tradicional indígena em 2011, mas o processo demarcatório ainda não foi concluído. Cansados de esperar, os indígenas decidiram recuperar as áreas que lhes pertenciam antes de serem expulsos na década de 1940. Desde então, a região tem sido palco de conflitos intensos, incluindo ataques de fazendeiros armados, resultando em feridos e uma crescente tensão.
O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) e a Funai visitaram a residência do casal após o incidente, colhendo relatos e prometendo acionar as autoridades para a devida apuração. Apesar da presença da Força Nacional na região, os conflitos continuam, e produtores rurais organizaram recentemente um “tratoraço” em protesto, aumentando ainda mais a tensão local. Fonte: Brasil de Fato
Contaminação por agrotóxicos tem afetado comunidades indígenas, apontam debatedores
Durante uma audiência pública na Câmara dos Deputados, lideranças indígenas e pesquisadores destacaram os impactos devastadores da contaminação por agrotóxicos em comunidades indígenas no Brasil, especialmente em aldeias próximas a grandes áreas de monocultura como soja e milho. A deputada Célia Xakriabá (Psol-MG) solicitou a discussão na Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais para abordar essa questão crítica.
Pesquisas apresentadas por Fernanda Savicki, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), revelaram que em aldeias como as de Caarapó (MS), a contaminação por agrotóxicos tem se intensificado, com a presença de compostos tóxicos como atrazina e ácido 2,4-D em águas locais. Essas substâncias são permitidas no Brasil, mas proibidas na União Europeia, o que aumenta a preocupação com a saúde das comunidades indígenas. Lideranças como Celso Japoty Alves, da Comissão Guarani Yvyrupa, e Erileide Domingues Kaiowá, da Tekoha Guyraroká (MS), relataram sérios problemas de saúde e produção agrícola devido à contaminação.
O Ministério dos Povos Indígenas, representado por Bruno Potiguara, está trabalhando para implementar o Programa Nacional de Redução de Agrotóxicos (Pronara) e apoiar a aprovação do Projeto de Lei 4347/21, que visa a gestão territorial e ambiental das terras indígenas. Essas ações são vistas como cruciais para enfrentar os desafios impostos pelos agrotóxicos nas comunidades indígenas do país. Fonte: Agência Câmara de Notícias
Áustria financia programa para capacitar mulheres indígenas
O governo da Áustria e a ONU Mulheres firmaram um acordo de financiamento em Brasília para capacitar mulheres indígenas brasileiras. A Áustria doará R$ 620 mil para o programa, que visa aumentar a participação dessas mulheres em discussões sobre clima e desenvolvimento, com foco na COP 30, a ser realizada em novembro de 2025, em Belém (PA).
O acordo foi assinado pelo embaixador austríaco Stefan Scholz e pela representante da ONU Mulheres no Brasil, Ana Carolina Querino. Scholz destacou o impacto positivo do apoio austríaco desde 2020, que permitiu que as reivindicações das mulheres indígenas fossem ouvidas em fóruns internacionais.
Querino ressaltou que o apoio contínuo da Áustria tem sido essencial para o fortalecimento do movimento das mulheres indígenas no Brasil, contribuindo para o desenvolvimento de lideranças e para a construção de uma voz forte e ativa nas discussões globais. Fonte: Poder360
Parceria forma as primeiras mulheres indígenas eletricistas de Roraima
Durante 30 dias, 15 mulheres de diferentes comunidades indígenas de Roraima participaram de um curso de formação em eletricidade predial e residencial em Boa Vista. Organizado pelo Conselho Indígena de Roraima (CIR), em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA) e o Centro Tecnológico de Energia Solar (Solares), o projeto formou as primeiras eletricistas indígenas do estado, buscando democratizar um campo tradicionalmente dominado por homens.
A cerimônia de formatura, realizada na Terra Indígena Canauanim, contou com a presença de familiares, lideranças locais e coordenadoras regionais de mulheres. As alunas demonstraram suas novas habilidades com uma instalação elétrica na Casa Intercultural das Mulheres Indígenas, espaço dedicado ao fortalecimento e empoderamento das mulheres da comunidade.
A iniciativa foi amplamente celebrada, com as participantes e líderes destacando a importância do curso para a autonomia e segurança das comunidades indígenas. O professor Paulo Soares, do Centro Solares, expressou satisfação com o resultado e reafirmou o compromisso de continuar a oferecer capacitação nessa área crucial. Fonte: FolhaBV
Iniciativa de povos indígenas é exemplo de manejo sustentável na Amazônia
Para os povos indígenas, a preservação do meio ambiente vai além da sustentabilidade, representando a continuidade de suas culturas ancestrais. Kamelice Paumari, coordenadora da Associação Indígena do Povo das Águas (AIPA), destaca a importância da conservação: “A gente tem a nossa riqueza aqui. E muitos lugares não têm”, ressaltando os impactos negativos da falta de preservação em outras regiões.
Na Terra Indígena Paumari, localizada no Amazonas, a prática do manejo sustentável do Pirarucu, um peixe icônico da Amazônia, tem desempenhado um papel crucial na restauração da biodiversidade. Esse trabalho resultou em um aumento de mais de 600% na população de Pirarucus na área, evidenciando a eficácia dos conhecimentos e práticas indígenas.
O manejo sustentável do Pirarucu é uma iniciativa que já conta com mais de 25 anos na Amazônia. Iniciado em 1999 pelo Instituto Mamirauá e aprovado pelo Ibama, esse modelo de manejo se expandiu para diversas regiões. Na Terra Indígena Paumari, o projeto “Raízes do Purus”, apoiado pela Operação Amazônia Nativa (OPAN), promoveu um aumento significativo da população de Pirarucus, passando de 448 peixes em 2013 para mais de 8.000 em 2023.
Os impactos positivos dessas práticas foram amplamente reconhecidos, incluindo a melhoria da infraestrutura e da qualidade de vida das comunidades envolvidas. Através do projeto, as comunidades indígenas agora contam com recursos que antes não tinham, como transporte adequado e infraestrutura para o processamento do peixe, permitindo que protejam e valorizem seus recursos naturais de forma sustentável. Fonte: CNN Brasil
Terras Indígenas são as áreas mais preservadas do Brasil
O último levantamento do MapBiomas revelou a importância fundamental das Terras Indígenas (TIs) para a preservação da vegetação nativa no Brasil. O estudo mostrou que apenas 1% da vegetação nativa nas TIs foi perdida entre 1985 e 2023, em contraste com uma perda de 28% nas áreas privadas. Isso destaca a eficácia das TIs em proteger os ecossistemas, comparado ao restante do território brasileiro, onde a cobertura vegetal nativa caiu de 76% para 64,5% nesse período.
Esses dados reforçam a relevância da demarcação de Terras Indígenas para a sustentabilidade ambiental e a mitigação das mudanças climáticas, visto que essas áreas são menos propensas à degradação e à perda de carbono. Atualmente, 19% da vegetação nativa do Brasil está localizada em TIs. No entanto, essas áreas enfrentam constantes ameaças de grileiros e garimpeiros que realizam atividades ilegais e predatórias, levando o governo federal a intensificar operações de desintrusão e fiscalização para proteger esses territórios.
O governo federal, com a atuação de vários órgãos como o Ministério dos Povos Indígenas, Ministério da Justiça e Segurança Pública, e as Forças Armadas, já realizou operações significativas para remover invasores de diversas TIs, incluindo as operações concluídas no Pará e Rondônia, e a ainda em curso na TI Yanomami. Essas ações resultaram na apreensão de aeronaves, combustíveis e equipamentos usados por garimpeiros ilegais, além da prisão de várias pessoas envolvidas.
A TI Yanomami, em particular, tem sido alvo de uma intensa operação de segurança, com mais de 1.409 ações realizadas desde fevereiro de 2023, que resultaram na apreensão de grandes quantidades de materiais usados na mineração ilegal e na prisão de diversos infratores. A prioridade dessas operações é desmantelar a logística dos garimpeiros ilegais, que causam destruição ambiental e graves consequências para a saúde e a vida dos povos indígenas.
Fonte: MPI
Manto Tupinambá
O Conselho Indígena Tupinambá de Olivença convida todos os movimentos, artistas, apoiadores e aqueles que caminham ao seu lado na luta pela justiça e preservação dos direitos dos povos originários a participarem de um momento histórico e sagrado para o povo Tupinambá de Olivença. Nos próximos dias, o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, será palco de uma grande celebração e resistência. O povo Tupinambá estará acampado por cinco dias nas redondezas do museu, preparando-se para a cerimônia de apresentação do Manto Tupinambá, um símbolo espiritual de sua ancestralidade e identidade cultural.
Essa será uma oportunidade única para unir forças, celebrar a cultura indígena e fortalecer o compromisso coletivo com a defesa dos direitos indígenas e a preservação dos territórios sagrados. Durante esses dias, serão realizadas rodas de conversa, apresentações culturais e momentos de reflexão sobre a história de resistência dos Tupinambá e os desafios atuais enfrentados pelas comunidades indígenas.
O Conselho Indígena Tupinambá de Olivença convida a todos a se unirem a esse acampamento e cerimônia, compartilhando momentos de comunhão, arte, cultura e espiritualidade. A presença de todos é de fundamental importância para fortalecer a luta e amplificar a voz dos povos indígenas em todo o país, na construção de um futuro de respeito e dignidade para os povos originários.
Ajuda aos Tupinambá do Sul da Bahia
Para participar da cerimônia, que acontecerá de 29 a 31 de Agosto, o povo Tupinambá de Olivença, Sul da Bahia precisa de dois ônibus para se deslocarem até o Rio de Janeiro, e reverem o manto, pois eles entendem que ele é um dos seus antepassados. Mas como até o momento não conseguiram apoio estatal para essa viagem, a Cacique Valdelice Tupinambá, vem a público pedir o seu apoio para que seu povo possa rever o Manto Sagrado.
Você pode contribuir com qualquer quantia, através da chave PIX:
Levanta Zabelê : CNPJ: 50.560.752/0001-85