Foto extraída do site https://peita.me
As parteiras indígenas desempenham um papel crucial nas comunidades indígenas do Brasil, combinando conhecimentos ancestrais com cuidados de saúde tradicionais para garantir partos seguros e culturalmente respeitosos. Elas são mais do que profissionais de saúde; são guardiãs de práticas e saberes que têm sido passados, com resistência e resiliência, de geração em geração, desempenhando um papel vital na manutenção da saúde materna e infantil em suas comunidades.
Os conhecimentos das parteiras indígenas vão desde o uso de técnicas específicas, plantas e ervas medicinais, até manobras e posturas que fazem parte de suas tradições. Por exemplo, no território Pankararu, os partos são realizados de forma natural nas casas, com intervenções hospitalares ocorrendo apenas em casos de risco. As parteiras utilizam ervas durante todo o processo de parto, desde o pré-parto até o pós-parto, mesmo enfrentando restrições no uso desses métodos em ambientes hospitalares, não abdicam de sua sabedoria ancestral
A importância dessas parteiras foi reconhecida oficialmente em maio de 2024, quando o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) declarou o “Ofício, Saberes e Práticas das Parteiras Tradicionais” como Patrimônio Cultural do Brasil. Esse reconhecimento destaca o valor desses saberes tradicionais e a necessidade de sua preservação e valorização.
Estas mulheres também enfrentam desafios significativos, incluindo a falta de reconhecimento formal e apoio financeiro. Em muitas comunidades, como a dos Ticuna em Umariaçu, as parteiras realizam grande parte dos partos de forma natural e em condições precárias, confiando em seus conhecimentos tradicionais para garantir a saúde das mães e dos bebês. Iniciativas recentes têm buscado melhorar essas condições, fornecendo kits de higiene e tentando integrar essas práticas ao sistema de saúde pública, embora ainda haja muito a ser feito para formalizar e apoiar adequadamente essas atividades
As parteiras indígenas são essenciais não apenas para a saúde materna e infantil, mas também para a manutenção e transmissão de conhecimentos ancestrais das comunidades indígenas brasileiras.
Fontes: FCA / Agência Pública
