Hoje, 5 de setembro é comemorado o Dia da Amazônia, região que concentra a maior sociobiodiversidade do planeta. Nesta dia, te convidamos a transformar esta data supostamente comemorativa em data combativa. Enquanto sociedade, é urgente assumir a responsabilidade não só acerca do discurso pela preservação mas também atuar na regeneração do bioma amazônico.
“O que vamos fazer para manter a Amazônia de pé? Respeitar os povos que nela vivem. Seus modos de viver, seus territórios, suas histórias.”, disse em alto e bom som a ativista Samela Sateré-Mawé, ontem, no palco do festival Amazônia de pé realizado nos jardins do MAM, no Rio de Janeiro. Lembrando que a Amazônia é feita de gente, famílias e comunidades que habitam aquelas terras desde tempos ancestrais, Samela e Txai Suruí, representantes de um ativismo indígena, feminino e contemporâneo, reforçaram em suas falas a importância da bandeira indígena enquanto luta coletiva, política e humanitária.
O mundo está em colapso e em nome da falácia chamada progresso, a sociobiodiversidade do planeta caminha para um ponto perigoso de não-retorno. Já passou a hora de reconhecer que sem os modos de vida e conhecimentos ancestrais das populações tradicionais, indígenas, quilombolas e ribeirinhos não há saída para frear os impactos negativos que o sistema capitalista insiste em promover.
Amazônia é vida, vida de pessoas em conexão e respeito com bichos, rios, plantas e seres encantados com os quais compartilham a morada. Não é possível uma Amazônia de pé se seus guardiões e seus saberes são desvalorizados, perseguidos, extintos. Luta por uma Amazônia viva é lutar pela vida de seus povos, suas gentes-seres-florestas.
Neste ano temos a incrível e inédita oportunidade de eleger a primeira bancada indígena para o Congresso Nacional. São mais de 30 candidaturas espalhadas por todo país para demarcar o legislativo com representantes daqueles que sempre tiveram seus direitos usurpados, sem ter o direito à dignidade de cidadão de um país inventado a partir da invasão de suas terras. Atuar em prol da ocupação do espaço político é agir para que todos os dias sejam da Amazônia e de toda sua pluralidade. Vamos fazer com que o 2 de outubro também seja dia da Amazônia!