Observatório Tucum

Shirley Krenak. Foto: Marijke Kodden / Roots of the earth

Toda semana, nosso radar sobre o movimento indígena



Luta e resistência
Shirley Djukurnã Krenak é ativista, comunicadora e liderança Krenak, povo originário que habita as margens do Rio Doce, destruído pelo crime ambiental em Minas Gerais. Em entrevista, ela fala sobre a importância dos biomas brasileiros para a vida no planeta e conta do cotidiano de luta e resistência no qual os povos indígenas vivem. “Se a sociedade não nos vê como grandes sábios, livros vivos e mestres, que estamos aqui para defender o meio ambiente que é de todos, vai ficar muito complicado evitar a extinção da humanidade. Nós, povos indígenas, quando fazemos nossa luta em prol da demarcação das nossas terras, é para poder cuidar totalmente delas. Sabemos da importância que tem uma árvore plantada, um rio não poluído.” Fonte: O Globo.

Retomada
Primeira curadora indígena num museu brasileiro, Sandra Benites, pediu demissão do Masp após o veto de um conjunto de fotografias do Movimento Sem Terra e de movimentos indígenas da mostra “Histórias Brasileiras”, a maior exposição do Masp neste ano. Após repercussão negativa diante da acusação de censura, o museu voltou atrás e anunciou uma proposta de adiar a exposição para incluir fotos antes vetadas do Movimento Sem Terra e dos artistas João Zinclar, André Vilaron e Edgar Kanaykõ. Fonte: Folha de SP.

Uma das fotografias de Edgar Kanaykõ anteriormente vetadas pelo Masp e que agora pode fazer parte do acervo do museu.
“O meu corpo é um coletivo, ele não é individual. E mais simbólico ainda, porque eu sou mulher, eu sou mulher indígena, guarani. Isso também requer diálogo, debate, escuta. Várias coisas que implicam no próprio sistema. Ter a obra de arte indígena e não indígena, de vários outros corpos que são excluídos da nossa sociedade de modo geral, é importante, porque é a partir da onde vai trazer o debate sobre a nossa diversidade”. Sandra Benites para o Z1.

Na estreia da nossa coluna “Diálogos”, a designer e pesquisadora em Antropologia Júlia Sá Erp entrevistou Sandra Benites para a Tucum. Narrativas, subjetividades, ativismo e uma generosidade própria de quem é grande se relevam ao longo da conversa que você pode conferir aqui: https://site.tucumbrasil.com/dialogos-sandra-benites/

Garimpo mata
Um dos lados da destruição que os mais de 20 mil garimpeiros ilegais estão causando na Terra Indígena Yanomami. Há também os impactos sociais que imagens não mostram: assassinatos, doenças, estupros, desmantelamento da organização social de comunidades, possível extermínio de indígenas isolados, entre outros. Assine e pressione pela expulsão dos garimpeiros: https://www.survivalbrasil.org/mensagens/yanomami-garimpo
Fonte: Survival Brasil

https://www.instagram.com/p/CdvnfghqhP9/


Guerreiras inspiradoras
Artesã, coordenadora do projeto ATIX-MULHER e realizadora da Casa das Mulheres na aldeia Kisêdje, Watatakalu Yawalapiti foi destaque na coluna da revista Harpers Bazaar. Ela também e uma das finalistas do prêmio do Instituto Identidades do Brasil, organização que mapeia os principais nomes de pessoas e iniciativas que atuam em prol da igualdade racial no país nas áreas de empregabilidade, educação e cultura. Fonte: Harpers Bazaar via @ANMIGA

Watatakalu Yawalapiti / divulgação.


Avisa que é ela!
Coordenadora executiva da Apib, Sonia Guajajara foi eleita pela revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes em todo o mundo. O texto de nomeação assinado por Guilherme Boulos, ressalta a luta de que Sonia contra a destruição das terras indígenas, junto com a floresta amazônica. Fonte: APIB Leia Mais: G1

Brasil é terra indígena

Um levantamento feito pelo pesquisador Rafael Pereira, do Ipea (Instituto de pesquisas econômicas aplicadas) mostra que palavras que vêm das línguas de povos originários batizam 37,4% das cidades brasileiras. Manaus, por exemplo, vem do povo manaó, que habitava a região antes dos portugueses. Significa “mãe dos deuses”. Iguaçu, de Nova Iguaçu, vem do tupi y-guasu, que significa “rio grande” e Curitiba tem origem guarani e significa “grande quantidade de pinheiros”. Fonte: NEXO



Encontros de luta
Reunidos na Aldeia Khikatxi, do povo Kisêdjê, lideranças de 25 povos indígenas e comunidades tradicionais reafirmaram a luta contra os ataques do governo e de invasores a seus territórios no 5º Encontro da Rede Xingu+. Na ocasião, oito organizações se uniram à rede, fortalecendo essa frente de luta pelos direitos dos povos indígenas. Fonte: Instituto Socioambiental (ISA) Leia o manifesto do Encontro aqui.

5º Encontro da Rede Xingu+. Foto: Kamikia Kisedje