Uma parceria, duas artistas, três desenhos e uma constelação de sentidos compõem a nova coleção-cápsula ELO TUCUM
Para fechar um ano tão intenso e importante, uma mini-coleção mais que especial traz camisetas feitas de algodão orgânico carregando estampas criadas com exclusividade por duas designers indígenas, Natália Lobo e Auá Mendes. Nos traços de cada desenho autoral percebemos a identidade como tema integrado à vivência de cada artista sendo ao mesmo tempo um conceito ancestral, fluido e multifacetado.
Natália Lobo é guerreira do povo Tupinambá, artista visual, ativista e arte-educadora e assinou a ilustração da edição de estreia do nosso impresso PIOK. Os dois desenhos que desenvolveu para esta coleção ELO TUCUM exaltam a identidade indígena no contexto urbano representada pelo corpo conectado ao que há ao redor mas trazendo em si as raízes da floresta enquanto território originário e subjetividade.
A arte da Mulher-Planta faz da sua existência na urbe um levante pelo direito de ocupar e re-existir trazendo a luta marcada nos olhos. Já a estampa Aparelhagem Ancestral amplifica o cabelo crespo gritando a importância de reconhecer os corpos e existências para além dos estereótipos, em sua diversidade e seu direito de ser e estar.
Auá Arã Mendes é indígena do povo Mura, grafiteira, designer gráfica, ilustradora e gosta de falar de diversas maneiras e suportes, que podem ser dimensionais, tridimensionais, analógicos e digitais. Seu discurso é sua retomada diante da cisnormatividade-padrão -branca existente e suas artes celebram o corpo-território periférico, preto, indígena e transvestigênere.
Sesá Pirári faz parte de uma série desenvolvida por Auá que fala de conexão e reconexão e foi a escolha para uma releitura para o ELO TUCUM. E é também um poema, um manifesto, um movimento enquanto vivência indígena contemporânea não-binária, que desafia a norma traduzindo a força da resistência dos corpos que se deslocam e são deslocados há muito e todos os dias. O olhar aberto e firme da onça guardiã revela devires e codifica a resistência sem perder a ancestralidade.
“Quando a gente abre os olhos para as nossas verdades a gente desenvolve um olhar crítico para além do que é colocado ou imposto. Abrir os olhos é propor um novo universo de possibilidades onde meu corpo, minha vivência e meus ancestrais são meus guias espirituais, é o que o me possibilita caminhar.“, conta Auá. Esse caminho ao qual se refere Auá é também uma chance de reolhar, à medida que as transformações vão acontecendo. Abri os olhos para rever o mundo e a própria trajetória a partir de novas perspectivas.
Imensamente felizes com mais esta parceria que exalta a diversidade através de artes que falam de existências possíveis nos mais diferentes contextos, te convidamos a conhecer esta coleção-cápsula que faz parte do ELO TUCUM já disponível na nossa plataforma.