Observatório Tucum

Toda semana aqui no BLOG, nossa seleção do que você precisa saber sobre o universo indígena no Brasil

Covid-19 e a invasão das fake news nas aldeias

A pandemia causada pelo novo coronavírus provocou mais de 2.000 mortes no Brasil nas últimas 24 horas e continua a ser uma ameaça aos povos indígenas. Além de enfrentar o colapso do sistema de saúde e enfrentar diversos desafios frente à omissão do Governo, algumas comunidades enfrentam a desinformação e as fake news sobre a campanha de vacinação. “Chegam informações na aldeia de que essa vacina é apenas um teste com os povos indígenas, que não tem nenhuma eficácia”, afirma Edivan Guajajara, sobre a realidade da campanha de vacinação contra a Covid-19 na Aldeia Zutiwa, localizada na Terra Indígena Araribóia (MA). Fonte: ISA.

No território Munduruku, a campanha anti-vacina preocupa lideranças e divide posicionamento entre os parentes. Diante das notícias falsas, indígenas se recusam a receber as equipes de vacinação. Fonte: CNN Brasil.

A campanha #vacinaparente pretende combater as fake news incentivando todas as comunidades indígenas a permitirem a imunização contra a covid-19. Arte: APIB.

A liderança Marcos Apurinã publicou em seu facebook: Meus parentes, a vacinação é a forma mais segura e eficaz de prevenir doenças e salvar vidas, neste momento de pandemia ela é a nossa única esperança de vencer esse caos causado pelo Covid-19. Quando somos vacinados, não estamos apenas protegendo a nós mesmos, mas também aqueles que estão ao nosso redor.Se você tiver a oportunidade, não pense duas vezes. Tome a Vacina!

Território Pataxó em chamas
Desde a última quinta-feira (04/03) um incêndio já destruiu uma área de aproximadamente 100 hectares de Mata Atlântica na reserva indígena Aldeia Velha, em Arraial d’Ajuda, município de Porto Seguro – BA. A reserva, localizada em uma área de proteção ambiental, abriga cerca de 400 famílias indígenas. Fonte: G1.

Foto: via Twitter Fabrício Titiah HãHãHãe (@fabriciotitiah)

Direitos Indígenas

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) criou o grupo de trabalho intitulado “Direitos indígenas: acesso à justiça e singularidades processuais”. Foram nomeados para compor o grupo profissionais do Direito e da Antropologia com atuação na questão indígena. Dentre os convocados está o assessor jurídico da APIB, Luiz Eloy Terena. Fonte: APIB.

Em paralelo, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB lançará no próximo dia 17 de março, às 18h30 (BSB) – O Observatório Sistema de Justiça Criminal e Povos Indígenas, um espaço colaborativo entre lideranças, pesquisadores (as) e sujeitos que atuam no sistema de justiça criminal em diversas áreas do conhecimento para monitorar medidas jurídicas e a situação dos povos indígenas inseridos no sistema de justiça criminal. O lançamento será através do YouTube e do Facebook da APIB.


Mulheres indígenas no audiovisual
Até 31 de março, acontece de forma online a Mostra Amotara, criada para dar visibilidade à produção audiovisual de mulheres indígenas. O intuito é ajudar a desconstruir os 520 anos de história contada pelo ponto de vista do colonizador e de demonstrar para o público as perspectivas e percepções dos povos indígenas sobre quem eles são e sobre as trocas interculturais com os não-indígenas.

Artistas indígenas na re(existência)
Lian Gaia é uma atriz, poetisa, performancer e ativista indígena, nascida na Baixada Fluminense. Em constante busca por suas raízes, Lian empreende em suas lutas o direito à terra como direito à vida. Em breve, uma parceria muito especial desenvolvida entre a Tucum e a multiartista vai ao ar e não vemos a hora de divulgar por aqui!

A artista Lian Gaia explora vivências do corpo indígena em diversas performances. Foto: Sergio Santonian/Arte corporal: Louise Helene.

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